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Índia
A retirada do reconhecimento da RASD pela Índia suscita novas
reacções (ver também semana 27/28). O diário The Tribune
revelou que os embaixadores da Zâmbia, Zimbabwe,
Namíbia, Nigéria, Tanzânia e Argélia
encontraram-se no dia 15 de Julhos com responsáveis do
partido no poder assim como com dirigentes do principal partido da
oposição para lhes exprimir a sua
preocupação face a alteração
súbita da política africana da Índia.
Por ocasião de um seminário sobre a retirada do
reconhecimento da RASD pela Índia, organizado no dia 19 de
Julho, em Nova Deli, pela Associação dos Africanistas
Indianos, foi adoptada uma resolução que enumera e
denuncia as tentativas marroquinas de bloqueio ao plano de paz para
o Sahara Ocidental. A resolução evoca o papel da
Índia na luta pela liberdade, justiça e a
independência dos povos através do mundo. A
resolução menciona ainda o apoio da Índia ao
plano de paz das Nações Unidas para o Sahara Ocidental.
Constata que a retirada do reconhecimento da RASD constitui uma
reviravolta importante na política externa indiana, que deixa
de ser solidaria com os pequenos países, para se colocar ao
lado das forças colonialistas e para quem Marrocos se tornou
mais importante que a OUA.
30.07.00
Discurso do trono
Por ocasião da celebração do primeiro
aniversário da sua entronização, o rei de
Marrocos pronuncia um discurso onde considera o dossier do Sahara
Ocidental como uma prioridade sua, declarando: que « qualquer
resolução se fará no quadro da soberania
marroquina sobre as suas províncias saharianas». (...)
«Qualquer que venha a ser o resultado dos bons ofícios
com vista a desbloquear o processo de resolução da
ONU, (...) qualquer que seja a resolução do conflito
artificial em relação a causa da nossa integridade
territorial, far-se-á no quadro do referencial sagrado de
três dimensões, a saber, a unanimidade, a soberania e a
legalidade, de forma a que qualquer decisão crucial que venha
a ser tomada não se fará sem a unanimidade dos
marroquinos e marroquinas».
RASD: reacções
O ministério da Informação saharaui,
através de comunicado, qualifica o discurso do rei de
Marrocos de «decepcionante sob o ponto de vista interno e de
alarmante no plano regional.» O rei utiliza uma «nova
linguagem colonial» para recusar reconhecer a natureza do
problema do Sahara Ocidental. A unanimidade que procura criar em
torno do Sahara não passa de um «um slogan vazio» e
a «expressão de uma falta de vontade
política». (ministério da Informação
saharaui, 30.07.00)
O ministro da Informação saharaui, em entrevista a SPS,
qualifica o discurso do rei de Marrocos de «volta-face
espectacular». Para Sid'ahmed Batal, Mohamed VI pretende
desviar a opinião publica do seu país dos problemas
socio-económicos, para os quais apenas propõe promessas
vazias de conteúdo. Qualificar a questão da
descolonização do Sahara Ocidental de «querela
artificial» é uma ofensa à ONU, ao Conselho de
Segurança e a toda a comunidade internacional, refere o
ministro saharaui. «O rei exprimiu rejeição pelo
plano de resolução e deve suportar as
consequências de uma tal reviravolta. A soberania do Sahara
Ocidental apenas pertence ao povo saharaui», acrescentou.
(SPS,
01.08.00)
30.07.00
Itália
110 deputados italianos dirigiram uma carta ao presidente da
Comissão Europeia, ao presidente do Governo italiano e ao seu
ministro dos Negócios Estrangeiros, recordando-lhes a
resolução aprovada pela Comissão de
Negócios Estrangeiros no dia 9 de Marco de 2000 (semana
11). A
resolução solicitava ao Governo que desse todo o
«apoio possível à realização do
referendo» e que promovesse uma iniciativa
«institucional» da União Europeia para que Marrocos
permita a realização do referendo e respeite o seu
resultado.
Ruídos de guerra
O Qatar terá adquirido no Reino Unido, no final de Maio,
material militar no valor de 7,5 milhões de dólares,
destinado as forcas armadas argelinas. Tratar-se-iam de 20
Land-Rover "Defender 110" de deslocamento rápido
especialmente concebidos para climas muito quentes, de 50 Land-Rover
"Defender 110" de tipo "pick-up trucks", igualmente equipados para
um clima muito quente, assim como 500 pares de binóculos de
visão nocturna. Marrocos, que chamou o seu embaixador em
Doha, crê que este material se destine a Frente Polisario
(Al-Sharq al-Awsat, Londres,
20.07.00).
Para a La Nouvelle Tribune
(Casablanca, 27.07.00),
órgão de informação que se afirma
convencido que este material se destina a FP, estes
«veículos de deslocamento rápido equipados
certamente de metralhadoras pesadas poderão permitir
lançar ataques armados rápidos e dispor de capacidade
de resposta, enquanto que os Defender 110 "pick-up trucks" serviriam
por sua vez para transporte de armamento e homens ou a
instalação no seu interior de plataformas para
canhões ligeiros sem recuo, por exemplo.»
Responsáveis políticos belgas e italianos, por sua
vez, constataram recentemente sobre o terreno que Marrocos
terão renovado as suas militares ao longo do muro.
«No seguimento da situação tensa entre Marrocos e
a Argélia, foram assinalados apelos ao recrutamento a fim de
reforçar os efectivos militares marroquinos. Estas
incorporações passarão por um ano de
estágio no seio das forças armadas a fim de estarem
preparados a enfrentar qualquer provável ameaça. Outra
manobra militar, passa pela criação de diversas
unidades sediadas no leste do país compostas por blindados e
unidades de infantaria.» (Le Journal, semanário marroquino, citado pela
revista de imprensa da embaixada de Franca em Rabat,
31.07.00)
31.07.00-03.08.00
Austrália
Por ocasião da sua conferência nacional realizada em
Hobart, na Tasmânia, o partido trabalhista australiano
reafirmou o seu apoio ao direito do povo saharaui à
autodeterminação e lamenta os importantes atrasos que
impediram a concretização desse exercício. O
partido solicita às Nações Unidas e à
comunidade internacional que façam pressão sobre
Marrocos para permitir a realização do referendo no
mais breve prazo. O Partido Trabalhista apela ao Governo australiano
que aumente a ajuda às Nações Unidas nos seus
esforços para a organização do referendo e
estabelecer um diálogo com a Frente Polisario.
07.08.00
Espanha
Respondendo a uma questão colocado por um deputado, o governo
espanhol assegura que o exercito espanhol e capaz, sem
limitação operacional ou logística, de
participar numa possível forca de deslocação
internacional, sob o mandato da ONU, no Sahara e/ou Líbano.
(imprensa
espanhola)
09.08.00
Diplomacia
O presidente Abdelaziz enviou uma carta ao presidente da Republica
da Namíbia, por ocasião da cimeira da SADC (Southern
African Development Community) reunida em Windhoek. Evocando a
atitude intransigente de Marrocos e o fracasso das reuniões
de Londres e Genebra, o presidente saharaui pede aos 14 países
membros da SADC para fazerem pressão sobre Marrocos
exprimindo o seu apoio total ao plano de resolução da
ONU-OUA.(SPS)
SOLIDARIEDADE
A Associació comarcal d'ajuda al poble saharaui (ACAPS) apresentou no dia 2 de Agosto em Dénia (Alacant-Alicante) e a 5 do mesmo mês em Bellreguard (Valência), a versão espanhola dos livros "Ira de arena" e "Tras los velos del silencio", na presença do autor, o escritor italiano Umberto Romano, e do representante da Frente Polisario em Valência. Mais Informações: olsapaga@oliva.infoville.net (para as versões em espanhol) e roro@mediterrana-net.it (para as edições italianas)
Baleares, 01.08.00: A ministra saharaui da cultura, Marian Salek, avistou-se com elementos do governo das Baleares no âmbito de uma visita de trabalho a região. «Não há palavras para agradecer ao povo espanhol a ajuda que nos tem concedido», declarou.(imprensa espanhola)
NOVAS PUBLICAÇÕES
[É possível que
existam links com diversos jornais que deixem de estar em
funcionamento ao fim de alguns dias]
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