ACTUALIDADES SEMANAIS |
11.-17.11.2001
Libbertação
de Mohamed Daddach e de todos os presos políticos condenados
por Marrocos
10.11.01 : A população saharaui de El Ayoun reservou um
acolhimento particularmente caloroso e comovente a Mohamed Daddach e
aos outros presos políticos saharauis libertados. Acolhido
à entrada da cidade por cerca de cinquenta viaturas, o cortejo
dirigiu-se de seguida para um local de concentração,
onde decorreu uma cerimónia sob estreita vigilância
policial. Daddach agradeceu todo o apoio que lhe foi dado e a todos
os outros detidos. Pediu à ONU que organizasse sem demora o
referendo. Tomaram de seguida a palavra outros ex-presos, assim como
representantes das organizações de defesa dos direitos
humanos. Os seus discursos foram muitas vezes interrompidos por
palavras de ordem a favor do direito à
autodeterminação. Cerimónia idêntica teve
lugar em Smara no dia 13 de Novembro. (Discurso do Comité
de acção pela libertação de M. Daddach e
de todos os presos saharauis ) (Comunicado da AFAPREDESA 13.11.01
)
13.11.01
56.ª sessão ordinária da Assembleia Geral da
ONU
Foram muitos os intervenientes que abordaram a questão do
Sahara Ocidental durante o debate geral. A Mauritânia
«apoia os esforços do secretário-geral e do seu
enviado pessoal James Baker com vista a encontrar uma
solução definitiva que garanta a estabilidade na
região e que promova o entendimento entre todas as
partes.»
A Argélia denunciou os obstáculos à
concretização do referendo, em particular os recursos
intrepostos por Marrocos, pedindo às partes que concluam o
processo referendário e à ONU que respeite os seus
compromissos. Para o representante namibiano, «a história
ensina-nos que nenhum "poder administrativo" renunciou por si
próprio, voluntariamente, à sua autoridade. Afirmando
que nada justifica o abandono do plano de paz das
Nações Unidas, o representante da Namíbia disse
que oo seu país se distanciará de todo e qualquer
projecto que não permita ao povo saharaui se exprimir
através de um referendo livre e regular.»
Angola, por seu turno, pela voz do seu representante, pensa que
é necessário procurar uma solução
aceitável pelas duas partes, e o Panama insistiu na
necessidade de ser respeitado o direito à
autodeterminação e de o problema ser resolvido pelo
diálogo. (ONU)
12-16.11.01
Danielle Mitterrand
Após o seu périplo pelos acampamentos de refugiados
saharauis, Danielle Mitterrrand chegou a Marrocos para se avistar em
Rabat, Casablanca e Marraqueche com os parceiros marroquinos da sua
fundação France Libertés que mantém
projectos naquele país do Magrebe nas áreas do
desenvolvimento, educação e direitos do homem. A esposa
do antigo presidente da República francesa tinha a
intenção de concluir a sua viagem em El Ayoun, capital
du Sahara Ocidental, para aí contactar os militantes saharauis
da defesa dos direitos humanos. O seu empenhamento em favor do povo
saharaui e contra a anexação marroquina do Sahara
Ocidental suscitaram uma onda de protestos, enquanto em El Ayoun os
militantes saharauis lhe preparavam um acolhimento caloroso. Enquanto
isso era orquestrada uma campanha histérica,
difamatória e desonesta na generalidade dos orgãos de
comunicação social, chegando ao ponto de em manchete a
qualificarem como «a toupeira da Polisario». Os colonos
marroquinos estabelecidos no Sahara Ocidental bem como os saharauis
pro-marroquinos foram mobilizados por um «comité de
interdição da visita da denominada Danielle Mitterrand
a Laayoune». O referido comité organizou uma
petição e tinha organizado uma
concentração no aeroporto de El Ayoun, com o objectivo
de interditar a presidente de "France Libertés" «pisar o
sol sagrado de Laayoune». Uma delegação que
compreendia o wali de El Ayoun, Khalihenna ould Rachid, o transfuga
Hakim Ibrahim e outros notáveis saharauis pro-marroquinos,
avistou com a senhora Mitterrand em Marraqueche durante quatro horas
tentando dissuadi-la de prosseguir a sua viagem e a convencê-la
a desdizer as suas declarações que, segundo os mesmos,
«constituem uma afronta à dignidade do povo marroquino e
à sagrada unidade territorial de Marrocos». Depois da
retoma da agitação nos territórios ocupados
provocada pela mobilização em favor dos presos
saharauis, pelos problemas sociais, a comemoração dos
tumultos de 1999, os testemunhos pungentes surgidos na imprensa
espanhola sobre a precária situação da
população saharaui e o acolhimento fervoroso dispensado
aos presos políticos libertados, era necessário a todo
o custo impedir um novo evento. Assim, a 16 de Novembro, as
autoridades marroquinas proibem a presidente da
fundação France-Libertés de embarcar no voo com
destino a El Ayoun.
O Intergrupo do Parlamento Europeu "Paz para o Povo Saharaui" deplorou esta medida qualificando-a de «acto de censura e de intolerância.»
13.11.01
ONU - S/2001/1067
Em carta ao presidente do Conselho de Segurança em
exercício, o secretário-geral da ONU pede uma
prerrogação técnica do mandato da MINURSO por um
período de dois meses, até 31.01.2002, argumentando que
as consultas realizadas pelo seu Enviado Pessoal (James Baker)
estão ainda em curso. Kofi Annan afirma que apresentará
o seu relatório "o mais tardar" antes desta data.
(Carta
datada de 12 de Novembro de 2001, dirigida ao Presidente do Conselho
de Segurança pelo secretário-geral da ONU)
(PDF)
13.11.01
Crise marroquino-espanhola
Na edição do diário «El Pais» de
11.11., Ignacio Cembrero revela certos aspectos da crise provocada
por Marrocos. A presidência belga da União Europeia, por
solicitação do parlamentar Isidoro Sanchez, havia
elaborado a posição europeia sobre a questão do
Sahara tendo em vista as discussões na 4.ª
Comissão da ONU. A Embaixada da França nas
Nações Unidas propôs um outro texto, que
já não mencionava a via referendária e
limitava-se a apoiar o plano de autonomia. Os diplomatas
espanhóis e os representantes dos países europeus na
ONU recusaram esta manipulação por parte da
França. Foi pois o texto original que foi submetido à
4.ª Comissão, o que provocou a ira de Marrocos contra a
Espanha. Este país continua a manter o seu apoio constante
à ONU, e admira-se com a parcialidade sempre demonstrada pela
França, que faz sua a posição marroquina, o que
impede uma posição comum da UE. No seguimento destes
acontecimentos de bastidores, o ministro marroquino dos
Negócios Estrangeiros em discurso na Assembleia Geral da ONU,
denuncia a ocupação de Ceuta e Melilha pela Espanha. Em
resposta, o seu homólogo espanhol declarou que o Sahara
é «uma reivindicação histórica do
nacionalismo marroquino que a Espanha jamais
apoiará.»
O número dois da diplomacia marroquina, Taieb Fassi-Fihri, volta à carga numa entrevista à Reuters exigindo da Espanha «uma posição clara de apoio eficaz e sincero» ao plano de autonomia da ONU.
A nível político interno, o presidente do partido socialista canário, o senador Jerónimo Saavedra, ex-ministro nos governos de Felipe González, pronunciou-se a favor da soberania marroquina sobre o Sahara Ocidental, afirmando preferir um regime político estável que goze do apoio norte-americano a um regime instável com riscos de fundamentalismos e o perigo de ver mísseis apontados (face às Canárias).
Estas declarações suscitaram inúmeras reacções, entre as quais a da Associação Canária de Solidariedade com o Povo Saharaui que constata que, até ao momento, nada indica que um governo marroquino seja garante de democracia, do respeito pelos direitos humanos e dos interesses económicos das Canárias.
Estas declarações foram orquestradas pelo governo marroquino para deformar a realidade, influenciar a opinião pública espanhola e vender a ideia de que a única solução para o conflito é a integração em Marrocos, afirmou Carmelo Ramirez, vice-presidente do governo canário. A Liga Pro Derechos Humanos, por seu lado, criticou a posição ambigua do PSOE sobre a questão do Sahara.
14.11.01
Acordos de Madrid
O 26.º aniversário dos Acordos Tripartidos de Madrid
suscitou reacções e tomadas de
posição:
14.11.01
Manobras militares
O exército saharaui realizou manobras militares perto de
Tifariti, nos territórios libertados da RASD. Estas são
as sétimas manobras militares de envergadura realizadas pelo
ELPS desde o início do ano. As manobras decorreram ante a
presença do presidente da RASD, Mohamed Abdelaziz. Foi
simulado um ataque contra o inimigo em posição
defensiva.
15.11.01
Presos de guerra
Um delegado do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV)
avistou-se em El Ayoun, entre 2 e 6 de Novembro, com 24 antigos
combatentes da Frente Polisario, que eram objecto de intensa procura.
Um deles foi avistado a 7 de Novembro num local de
detenção próximo de Casablanca. Quando do
repatriamento de 201 prisioneiros de guerras marroquinos, a 14 de
Dezembro de 2000, foi entregue ao presidente do CICV uma lista de 179
antigos combatentes saharauis desaparecidos. A sorte de mais de 150
pessoas desaparecidas entre 1975 e 1991, continua ainda por
esclarecer. Por outro lado, são mais de 800 o número de
efectivos das forças armadas marroquinas cujo paradeiro se
desconhece e 1479 presos de guerra marroquinos capturados entre 1975
e 1991 continuam detidos em centros de detenção na
região de Tindouf. (Comunicado )
Suécia
O 34.º congresso do Partido Social-Democrata sueco pronunciou-se
a favor do referendo de autodeterminação, solicitando
à Suécia e à União Europeia que
façam pressão sobre Marrocos para que coopere
plenamente com a ONU.
Os partidos politicos suecos , Green Party, The Left Party, The Christian Democratic Party, The Center Youth, The Liberal Youth, The Left Youth, e vários membros do Parlamento europeu e do Parlamento sueco, bem como muitas ONG, apelaram ao governo para que se empenhe em favor da realização rápida de um referendo. Aquelas organizações e personalidades solicitaram também às autoridades de Estocolmo que impedissem que os que recursos naturais do Sahara Ocidental sejam espoliados.
15.11.01
Parlamento europeu
Intervindo perante uma delegação parlamentar em
Estrasburgo, Eurig Wyn, deputado europeu eleito pelo País de
Gales que visitou recentemente o Magrebe, advertiu que as
hostilidades poderiam recomeçar em breve no Sahara Ocidental,
se medidas diplomáticas urgentes não fossem
tomadas.
SOLIDARIEDADE
Sevilla, 17 de Noviembre: Reincidentes y la Asociación Provincial de Amistad con el Pueblo saharaui de Sevilla organiza en el campo de fútbol de la Alameda de Hércules, en Sevilla, un concierto de Rock en solidaridad con el pueblo saharaui, con los grupos:Spttle dog, Narco, Reincidentes.
Oviedo, 09.11.01: Más de 200 personas clamaron el por los derechos del Sahara Occidental en una concentración frente al Teatro Campoamor. Uno de los motivos de esta concentración reside en el aniversario de la firma de los acuerdos tripartitos de Madrid el 14 de noviembre de 1975. No faltaron tampoco las consignas contras los últimos episodios desencadenados por el monarca alauí, Mohamed VI, en su visita a este territorio que enfrenta a Marruecos y el Frente Polisario desde 1975.
Le Havre, France: L'ONG "Un Camion Citerne pour les Sahraouis" a interpellé M. Lionel Jospin, Premier Ministre, sur l'accord conclu entre Total Fina Elf et l'ONAREP sur les propections pétrolières au Sahara Occidental ; cette protestation a été adressé également à trois députés locaux.
Navarre, 13.11.01: l'université publique de a accordé deux bourses à des étudiants du Sahara Occidental ou du Kurdistan pour l'année universitaire 2001-2002.
EM BREVE
Madrid, Miércoles 21 de noviembre a las 18.30 horas: CONCENTRACION FRENTE AL MUSEO DEL PRADO (Bulevar Pza de Neptuno) Sahara en el corazón. POR UN REFERENDUM JUSTO, LIBRE Y TRANSPARENTE. Iniciativa popular legislativa: "Paz y libertad para el pueblo saharaui". Entrega de 500.000 firmas en el Parlamento. Entrega de las 500.000 firmas recogidas en la iniciativa popular "Paz y Libertad para el Pueblo Saharaui"
Albacete: A propósito del aniversario de la firma de los acuerdos tripartitos de Madrid en 1975, que provocaron el éxodo del pueblo saharaui, la Asociación de Amigos de estos refugiados ha organizado una serie de actos, que darán comienzo hoy miércoles, 14 de noviembre, a las 8 de la tarde, en el salón de actos de la Diputación Provincial, con la conferencia titulada Historias del Sahara, que correrá a cargo de Alejandro García, profesor de Historia de la Universidad de Murcia.El próximo acto será una cena-encuentro con todos aquellos que se muestran a favor de la causa saharaui. La cena se celebrará el 23 de noviembre, a las 9 de la noche, en el Hotel Universidad.
Bologna, 30.11.01: Presso il Centro Zonarelli, in Via Vezza/Via Sacco 14, alle ore 20, Cena Saharawi. Con documentazione e proiezione video. L'incasso della serata servirà per acquistare un elettrocardiografo per l'ospedale di Smara che sarà portato ai campi profughi dai partecipanti al viaggio dal 23/2 al 2/3 2002 in occasione della II Maratona del Sahara. Per prenotazioni ( £. 30.000 ; i bambini non pagano) telefonare entro il 28-11-2001 a: Claudia 051 368454 o Leo 338 1460228 Associazione "El Ouali" Bologna. http://www.saharawi .org / elouali@saharawi.org
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la 2° edizione della SaharaMarathon , l'associazione El
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promuovono e coordinano in Italia l'organizzazione della
SaharaMarathon, in collaborazione con le Associazioni Jaima
Saharawi di Reggio Emilia, Kabara Lagdaf di Modena, Comitato
di solidarietà di Ferrara, Comitato di
solidarietà di Rimini, con il patrocinio del Comune
di Bologna e della Regione Emilia- Romagna. |
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Marokkos König in der Problemzone Westsahara, Reiner Wandler, Der Standard, Wien, 03.11.01.