ACTUALIDADES SEMANAIS 2005 |
05.06. - 18.06.05
t… RASD
… TERRITÓRIOS OCUPADOS E SUL DE MARROCOS
… REFERENDO
… RECURSOS NATURAIS
… DIREITOS HUMANOS
… CULTURA
… SOLIDARIEDADE
… EM BREVE
… INTERNET
… NOVAS PUBLICAÇÕES
RASD
05.06.05: O Secretariado Nacional, reunido para analisar os acontecimentos dos últimos dias nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental e em Marrocos, "lança um apelo urgente ao Conselho de Segurança para que tome em mãos o controlo da situação assegurando a protecção às populações saharauis e a trabalhar para restabelecer o processo de descolonização." [SPS]
07.06.05: O município de Saragoça apela à aplicação do Plano Baker para o Sahara Ocidental.
07.06.05: O Partido Popular (oposição) exige do governo espanhol o envio de uma delegação do Senado aos campos de refugiados saharauis para "supervisar os efeitos da ajudar humanitária espanhola e exprimir o apoio e a solidariedade do Senado espanhol ao povo saharaui" .
07.06.05: O secretário de Estado espanhol dos Negócios Estrangeiros, Bernardino Léon Gros, chega à República saharaui.
Mohamed Abdelaziz recebe o secretário de Estado espanhol dos Negócios Estrangeiros, Bernardino Léon Gros. Os encontros prolongam-se por mais de duas horas e neles são abordados "a responsabilidade histórica e moral da Espanha na descolonização do Sahara Ocidental, que só chegará ao seu fim quando o povo saharaui tenha decidido livremente o seu futuro através de um referendo de autodeterminação", declara M'Hamed Khadad. Bernardino Léon Gros declara à imprensa que a "Espanha está muito preocupado com a situação que se vive no território" saharaui e apela "a todas as partes à calma, a fim de se poder "encontrar uma solução política ". Léon é esperado a 8 de Junho em Rabat após uma périplo que o levou à Argélia, RASD e Mauritânia.
09.06.05: Em entrevista à rádio espanhola Onda Cero, Léon afirma que o seu governo insiste na nomeação de um novo representante especial do secretário-geral da ONU e vai "solicitar um relatório objectivo e verídico da MINURSO" sobre os confrontos ocorridos no passado mês de Maio. O governo espanhol pede a Marrocos, "com toda a firmeza e toda a amizade", para "agir com transparência" a fim de que "os medias e os parlamentares possam visitar a zona" com toda a liberdade. Marrocos aceitaria a visita de uma delegação parlamentar que reunisse todos os grupos políticos. Abordando a expulsão de uma delegação de eleitos espanhóis de Marrocos, Léon limitou-se a afirmar "que isso não nos parece bem "...
09-11.06.05: Mhamed Khadad, membro do Secretariado Nacional, e Lamine Yahiaoui, representante saharaui nos países nórdicos, tomam parte no congresso do partido social-democrata finlandês em Jyväskylä. Khadad é recebido pelo novo presidente do partido, Eero Heinaluoma e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Erkki Tuomioja. Avista-se em Helsinki com os presidentes da comissão dos Direitos do Homem e do Magreb e reúne com os membros do grupo finlandês de solidariedade com o povo saharaui. Khadad concede uma entrevista à agência noticiosa finlandesa (STT), publicada em sete jornais nacionais e regionais. Lamine Yahiaoui é recebido no dia 15 de Junho no mistério dos Negócios Estrangeiros da Estónia.
13.06.05: O Presidente saharaui exprime a sua «forte condenação e [a sua] rejeição total» ao ataque perpetrado contra a guarnição militar mauritana de Lemgheity, que qualifica de «acto terrorista odioso». Transmite ao Presidente mauritano a sua «profunda solidariedade com o governo e o povo da Mauritânia». Segundo fontes oficiais, uma unidade do exército mauritano de Lemgheyti (630 km a nordeste de Zouérate) foi atacda Sábado 4 de Junho de 2005 pelas 3 horas e 15 minutos por um grupo próximo do GSPC (grupo islâmico radical com pretensas ligações à al-Qaida.
Têm lugar de 7 a 27 de Junho na região sahelo-sahariana as manobras militares «Flint-Lock 2005», em que participam 300 militares norte-americanos. Elas envolvem oito países: Chade, Níger, Argélia, Mali, Senegal, Mauritânia, Tunísia e Marrocos. A operação mobiliza importantes meios logísticos e financeiros e visa impedir a penetração do "terrorismo" em África.
TERRITÓRIOS OCUPADOS E SUL DE MARROCOS
As
manifestações populares, que tiveram o seu
início no dia 21 de Maio, prosseguiram em El Ayoun e Dakhla. A
repressão policial acentuou-se mais ainda, com
detenções brutais, torturas, intimidações
e espancamentos de manifestantes. Um dado novo, os polícias
não hesitam em atacar directamente os defensores dos direitos
humanos. Não obstante o bloqueio mediático posto em
marcha por Marrocos e a expulsão das duas
delegações de deputados espanhóis, as
informações circulam e algumas reportagens são
publicadas: [Le
Nouvel Observateur , 06.06.05
- AFP
, 09.06.05 en Sahara-Info -
Tel
Quel No 179
]
[El Periodico, 01.06.05 : en
PDF
- ABC, 02.06.06 en Sahara-
Info
- La
Vanguardia, 04.06.05
- ABC,
13.06.05 en Sahara-Info
- El
Periodico, 13.06.05
- El
Pais, 12.06.05
]
Os acontecimentos do Sahara Ocidental continuam a suscitar uma ampla repercussão, não só em Espanha, mas também em França, Itália, Suíça, Alemanha, etc. A MINURSO prepara o seu relatório.
O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, evoca a questão do Sahara Ocidental em Paris, no dia 14 de Junho, com o Presidente francês Jacques Chirac.
O Presidente saharaui dirige-se uma vez mais ao Conselho de Segurança, escreve ao presidente da União Africana e à União Europeia. Intervenções a diversos níveis (parlamentos regionais espanhóis, partidos políticos e deputados de diversos países, associações de solidariedade, responsáveis políticos, manifestações populares em Espanha, Itália, França, etc.) exigem o fim da repressão, o respeito dos direitos humanos e o livre acesso ao território.
O governo espanhol permanece ambíguo, proclamando a sua vontade de mediação, multiplicando as suas iniciativas diplomáticas, mas adopta uma atitude muito conciliatório face a Marrocos.
Rabat, na defensiva, anula a visita do primeiro-ministo argelino a Marrocos, declarando que esta «se revela, de momento, inoportuna».
No Sahara Ocidental, o governador de Smara faz pressão sobre os chioukh (chefes tradicionais) de todas as tribos para que condenem as manifestações.
Em Marrocos,
os signatários dum denominado "Apelo cidadão" dirigido
à opinião pública, sublinham a necessidade de se
opor de ao que pretendem "atentar contra o processo
democrático de Marrocos ", entre estes os independentistas
saharauis. A Juventude socialista marroquina cria uma rede civil para
a defensa da integridade territorial. Manifestações
são organizadas diante das instalações das
embaixadas da Argélia em Espanha e na França.
Na impossibilidade de relatar todos os acontecimentos relacionados
com a resistência nos territórios ocupados, procuramos
fazer uma cronologia forçosamente incompleta. [>>
ver também a página especial actualizada diariamente em
francés,
inglés
et espanhol
]
05.06.05,
Delegação espanhola expulsa
Uma delegação de eleitos e de representantes de ONG da
comunidade de Madrid, que pretendia realizar uma missão de
observação no Sahara Ocidental, não é
autorizada a desembarcar do avião no aeroporto de El Ayoun. O
avião é cercado por polícias. A
delegação havia previamente informado os
ministérios dos Negócios Estrangeiros espanhol e
marroquino, bem como a Embaixada de Marrocos em Espanha desta
missão de observação.
O presidente da coordenação estatal de
associações solidárias com o Sahara, CEAS,
José Taboada, apela "ao ministério dos Negócios
Estrangeiros para que interceda junto das autoridades marroquinas
para que [ele] possa sair do avião e circular
livremente em El Ayoun, poder encontrar com a MINURSO, com as
organizações saharauis, com o Wali de El Ayoun."
"Espanha, como potência administrante do território tem,
e continua a ter, uma responsabilidade histórica face ao
Sahara Ocidental, enquanto o processo de descolonização
não for terminado, não podendo ficar impávida
nem calda perante estes acontecimentos", declara Taboada.
O presidente do município de San Fernando de Henares, os
conselheiros municipais de Madrid, Fuenlabrada, Torrejón
d'Ardoz, etc., o presidente do CEAS-SAHARA, p presidente da Liga
espanhola dos direitos humanos e o vice-presidente da FEDISSAH
figuram entre os membros desta missão.
[français]
[espanol]
05.06.05,
Marraquexe
Asfari Khadad Haddi, Laaroussi Mustapha e Hamia Brahim, três
cidadãos saharauis, levados de Marraquexe por elementos da DST
(Departamento da Segurança Territorial), a 25 de Maio de 2005,
[ver comunicado
da AFAPREDESA ] são libertados após vários
dias de detenção ilegal num centro presidiário
em Casablanca.
05.06.05
O diário do partido socialista marroquino Al Bayane apela
às autoridades marroquinas para que peçam a
extradição de Ali Salem Tamek que se encontra em
Espanha.
06.06.05,
reacções
A Frente Polisario condena a expulsão de
delegação espanhola e exprime a sua
decepção perante a atitude do governo espanhol. Pede
aos governos europeus a fazer pressão para que as visitas ao
Sahara Ocidental possam ser permitidas.
06.06.05: Carta ao embaixador de Marrocos em França de Nicole Borvo Cohen-Seat, senadora e conselheira de Paris.[lettre]
07-11.06.05: O XVIº Congresso da Associação Internacional dos Juristas Democratas, que se realiza em Paris, reafirma o seu firme empenhamento com o povo saharaui e sublinha a importância para a região do Magreb a resolução pacífica do conflito do Sahara Ocidental. Apela à ONU, ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral de levar ao seu termo o processo de descolonização em conformidade com a legalidade internacional [résolution ]
08.06.05: O Coordenador da Federação das Instituições Estatais Solidárias com o Sahara Ocidental (FEDISSAH), Txomin Aurrekoetxea (Partido Nacionalista Basco), acusa a Espanha e a ONU "de trair o povo saharaui", pela sua incapacidades em levar a cabo o processo de descolonização. [SPS]
08.06.05, nova
expulsão
As autoridades marroquinas expulsam do aeroporto de El Ayoun, uma
segunda delegação de eleitos espanhóis, que
tinha a intenção de verificar a situação
dos direitos humanos no território. Composta pelo deputado do
Parlamento nacional Joan Herrera, pelos deputados catalães
Albert Batalla, Rafael López e Jordi Castells, a
delegação integrava igualmente dois membros da
Associação catalã dos Amigos do povo saharaui e
muitos jornalistas espanhóis. Os deputados catalães
protestam junto do ministério dos Negócios Estrangeiros
espanhol pela "falta de protecção". Pedem ao governo
que apresente uma queixa formal, coisa que este nunca o
fez.
08.06.05: O presidente da EUCOCO, Pierre Galand, envia uma carta a Kofi Annan. [lettre]
08.06.05: Mohamed Abdelaziz dirige-se à União Europeia (carta à senhora Benita Ferrero-Waldner, Comissária das Relações Exteriores e Política europeia de vizinhança, a Josep Borrell Fontelles, Presidente do Parlamento Europeu, a Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro do Luxemburgo e Presidente do Conselho Europeu) [lettre]
08.06.05: Ali Salem Tamek escreve aos membros do Parlamento Europeu.[texte]
08.06.05,
UE
O intergrupo do Parlamento Europeu "Paz para o povo saharaui" exige
em comunicado o livre acesso ao Sahara Ocidental, o direito de
manifestação, a libertação dos presos e a
constituição de uma missão de
observação de parlamentares europeus e peritos dos
direitos humanos da UE. [Declaration
from the Intergroup "Friends of the Saharawi People" of the European
Parlament, 08.06.05] [Declaración
del Intergrupo "Paz para el Pueblo Saharaui" del Parlamento europeo,
08.06.05]
08.06.05,
Paris
A Plataforma Solidariedade com o Povo Saharaui, que reúne
associações de juventude e de educação
popular, comités de apoio e de geminação
autárquica, representantes das cidades amigas do povo
saharaui, denuncia a repressão e apela às autoridades
francesas a assumir as suas
responsabilidades.[résolution]
09.06.05,
Espanha
O presidente da CEAS (Coordenação estatal de
associações solidárias com o Sahara),
José Taboada, pede que a sua organização seja
admitida a participar na missão que deveria integrar membros
do Congresso e do Senado e se deslocaria aos territórios
ocupados do Sahara Ocidental. Pedido semelhante foi feito pelos
escritores espanhóis em carta dirigida ao ministro dos
Negócios Estrangeiros.
A visita de uma delegação do Parlamento espanhol havia
sido acordada durante um encontro realizado a 6 de Junho passado, em
Madrid, entre o chefe da diplomacia espanhola, Miguel Angel
Moratinos, e o ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros,
Mohamed Benaissa.
O Partido Popular (PP, oposição) e Izquierda Unida (um dos aliados políticos do governo socialista no Parlamento) anunciam que não irão participar na missão, uma vez que as condições da visita ao Sahara Ocidental foram fixadas, segundo essas partidos, por Marrocos. A data da eventual visita revela-se cada vez mais longínqua.
10.06.05,
Alemanha
O partido social-democrata toma posição:
Sorge
um die politische Lage in der Westsahara, Pressemitteilung
SPD-Bundestagsfraktion.
10.06.05,
Protesto
As famílias das pessoas presas no seguimento dos recentes
tumultos, que estão proibidas de visitar os seus parentes na
Prisão Negra de El Ayoun desde o dia 7 de Junho, concentram-se
entre as 16 e as 18 h. na Avenida de Smara. Defensores dos direitos
humanos, o presidente da secção local da AMDH assim
como muitos simpatizantes associam-se à
manifestação. As forças da ordem isolam
hermeticamente os manifestantes, que entoam palavras de ordem a favor
da libertação dos prisioneiros, da
autodeterminação do Sahara e denunciam os processos
arbitrários em preparação. Dois jornalistas
espanhóis são impedidos de se aproximar dos
manifestantes.
10.06.05,
Boujdour
Maaras Abderrahman é detido em Bojador por polícias
à paisana, que o deportam para Marrocos afirmando-lhe que ele
está proibido de permanecer no Sahara Ocidental. Maaras foi
interpelado duas vezes e torturado durante a sua primeira
detenção.
11.06.05,
Dakhla
Realiza-se uma concentração reclamando a
libertação de uma mulher saharaui de 70 anos, Ehel
Najem Fatma, conhecida como Laribiya, detida na véspera pela
polícia marroquina, por suspeita de cuidar de feridos na sua
casa.
Na mesma tarde, uma segunda manifestação, de
solidariedade com os detidos da intifada de Maio passado, é
dispersa brutalmente pelas forças de intervenção
rápida e pela polícia. Os manifestantes empunham as
cores nacionais saharauis, entoam palavras de ordem exigindo a
partida do colonizador marroquino e gritam "Viva a Frente de
Libertação de Seguia elhamra e Rio del Oro", "Viva a
República Árabe Saharaui Democrática", "Viva
Abdelaziz". Os confrontos fazem várias vítimas entre os
manifestantes e as forças da polícia. A cidade
está em estado de sítio, nenhuma
concentração é permitida, os bairros de
Lebrarik, Lebeichat, Kseikssat, Oum Tounsi e Al Ghoufran, habitados
na sua maior por Saharauis, são vasculhados pelas
forças de ocupação, que controlam todos os
transeuntes e efectuam detenções, entre os quais
Mohammed Bassir, Ahmed Karama, Said ould Lmahjoub. Os polícias
do comissariado central de Dakhla insultam e torturam os detidos
antes de os libertar na manhã seguinte. O carro do presidente
do comité saharaui contra a tortura de Dakhla, Lmami
Aâmar Salem, é rebocado a fim de limitar as actividades
do seu proprietário.
11.06.05, El
Ayoun
Um grupo dos GUS detém dois cidadãos saharauis,
Elmahfoud Dahou, ex-preso político saharaui e membro do Forum
Verdade e Justiça, organização dissolvida por
decisão judiciária, e Dahi Moulay Ahmed.
11.06.05,
Argel
Mohamed Abdelaziz, Presidente da República saharaui, falando
no fórum do jornal Al-Bilad que tem lugar no Centro
internacional de Imprensa, qualifica de "explosiva" a
situação nos territórios ocupados do Sahara
Ocidental e afirma que a "resistência pacífica" vai
prosseguir para obter a realização do referendo de
autodeterminação. Apela ao secretário-geral da
ONU a nomear um novo Representante pessoal para o Sahara Ocidental,
em substituição de James Baker. M. Abdelaziz pede
igualmente a Kofi Annan a preencher o cargo de Representante especial
para o Sahara Ocidental.
Em resposta a uma pergunta Abdelaziz declara que em sinal de boa vontade, a Polisario irá prosseguir a libertação dos cerca de 450 prisioneiros de guerra marroquinos que tem ainda em seu poder, sem contudo fixar um calendário para essa libertação, pedindo igualmente a libertação dos 150 prisioneiros de guerra saharauis detidos por Marrocos assim como dos mais de 500 civis "dados como desaparecidos".[SPS][Les manifestations au Sahara occidental se poursuivront (chef du Polisario) AFP 11.06.05] [La «résistance pacifique» pour l'autodétermination va continuer au Sahara-Occidental, selon le Polisario AP, 11.06.05]
11.06.05,
Valência
Uma centena de pessoas reúne-se em homenagem da memória
dos desaparecidos saharauis (o dia 9 de Junho foi designado de "Dia
dos Desaparecidos Saharauis") e para denunciar a repressão nos
territórios ocupados.
12.06.05,
Ferido grave
Polícias do "Grupo urbano de segurança" tentam prender
Lafghraoui (Elfoukraoui) Sidi Ahmed Taleb, cidadão saharaui de
19 anos, residente na rua Daddach, bairro de Maâtalla, em El
Ayoun. O jovem empreende uma fuga, os polícias perseguem-no
até ao telhado de um imóvel de três andares e
empurram-no da cobertura. Segundo um relatório médico
de 13 .06.05 o jovem sofre de diversas fracturas
(fractura-luxação do pulso direito,
fractura-luxação da clavícula direita, fractura
do pé esquerdo, fractura da vértebra L4, traumatismo
craniano. Incapacitado de trabalhar durante 120 dias). As visitas da
família estão proibidas. Os médicos exigem
á família uma soma de 1500 euros para o tratar, embora
ele esteja hospitalizado na qualidade de prisioneiro. Os activistas
dos direitos do homem lançam um apelo em sua ajuda.
[corr.]
12.06.05
O Presidente da República, Mohamed Abdelaziz, dirige pela
segunda vez um apelo ao Conselho de Segurança pedindo-lhe que
proteja a população saharaui dos territórios
ocupados do Sahara Ocidental da repressão
marroquina.
13.06.05, El
Ayoun
As autoridades marroquinas procedem à destruição
de várias dezenas de habitações
temporárias em que vivem famílias saharauis. O
cidadão saharaui Najiaa Nafaa, conhecido por Said e pelo seu
empenhamento em favor dos direitos do Homem, é interpelado e
torturado porque recusa abandonar a sua casa temporária no
campo de Lamsalla.
13.06.05,
Dakhla
Várias detenções de activistas durante algumas
horas e ameaças contra os que participaram na
manifestação de 11 de Junho.
13.06.05,
Suíça
Sob a designação «Não esquecer os
Saharauis», a deputada Anne-Catherine
Ménétrey-Savary, presidente do intergrupo parlamentar
suíço «Sahara Ocidental», interpela o governo
sobre a vaga de repressão desencadeada pelas autoridades
marroquinas contra os cidadãos saharauis nos
territórios ocupados do Sahara Ocidental. Na resposta, o
Conselho Federal (governo) afirma-se «preocupado pela recente
manifestação de violência no Sahara
Ocidental.» [texte]
14.06.05,
Marraquexe
Onze estudantes saharauis em liberdade provisória são
levados perante o juiz de instrução, o qual não
encontra nenhum delito para os incriminar e os liberta. Os dois
estudantes ainda detidos, Baiba Moulay Baba e Mahmoud Abbah,
são libertados provisoriamente.
14.06.05,
Roma
Manifestação diante do Parlamento italiano, organizada
pela Associação Nacional de Solidariedade com o Povo
Saharaui, que protesta «contra a repressão feroz da
polícia marroquina».
14.06.05,
França
Comunicado do secretariado internacional do Partido Socialista
Françês.[texte]
14.06.05, El
Ayoun
As forças de segurança mobilizam-se em grande
número a fim de impedir a realização de uma
concentração de protesto contra os ferimentos a
infligidos a Lafghraoui (Elfoukraoui). Pouco tempo após a
concentração, os manifestantes são dispersos
violentamente e o bairro cercado.
15.06.05, El
Ayoun
Hassan Al Hairach, de 18 anos de idade, comparece perante o tribunal
de apelação, acusado de constituição de
um bando criminoso, colação de obstáculos na via
pública, violência premeditada contra os
funcionários no exercício das suas
funções, uso de armas, participação em
concentrações armadas, destruição de uma
bandeira marroquina, etc. Hassan foi detido no seu domicílio
à meia-noite do dia 25 de Maio, a quando da
realização das manifestações pelo direito
à autodeterminação, sem mandato do procurador da
justiça. Levado para as instalações da
polícia judiciária, é submetido a toda a
espécie de sessões de tortura física e
psicológica. Sofre fractura do nariz, do ombro esquerdo, duas
crateras no couro cabeludo e um traumatismo lombar, que o conduzem a
21 dias de internamento hospitalar. E incapacidade de trabalhar
durante 40 dias. Será julgado a 22 de Junho.
15.06.05,
Prisão negra de El Ayoun
28 presos políticos saharauis iniciam uma greve da fome de 48
horas para protestar contra as suas condições de
detenção e pelo respeito pelos procedimentos penais.
Antes de serem apresentados ao juiz de instrução, as
autoridades marroquinas levam-nos para o comissariado onde para
além dos ameaçar e torturar exigem que façam
falsas declarações.
15.06.05, El
Ayoun
Dezenas de jovens saharauis concentram-se diante da casa de
Elfoukraoui Sidi Ahmed Taleb (Lafghraoui). A polícia prende
duas pessoas.
15.06.05,
Bojador
Distribuição durante a noite de bandeiras e panfletos
exigindo a retirada das forças de ocupação
marroquinas
15.06.05,
Marraqueche
Detenção do aluno Edaagui Mohamed, acusado de pôr
em causa a integridade territorial de Marrocos. Julgamento previsto
para 22 de Junho.
15.06.05,
Santa Cruz de Tenerife
Manifestação diante do Parlamento
canário.
15.06.05,
Itália
Vários deputados e senadores italianos solicitam ao governo
para que intervenha junto da ONU a fim de que seja assegurada a "
protecção" dos Saharauis "submetidos à
repressão e às violações dos Direitos
Humanos " no Sahara Ocidental exercidos pelo colonialismo
marroquino.
16.06.05, A organização Repórteres sem Fronteiras denuncia as condições de trabalho dos jornalistas no Sahara Ocidental[texte]
17.06.05, El
Ayoun
Durante a manhã realiza-se uma manifestação no
bairro de Inach, próximo ao bairro de Maatalla, por
ocasião do aniversário do massacre de Zemla. (que teve
lugar no dia 17 de Junho de 1970, quando a Legião espanhola
reprimiu de forma sangrenta uma manifestação
independentista). Os manifestantes empunham fotografias de El Ouali
Moustafa Sayed e gritam palavras-de-ordem a favor da
independência. Os GUS, Grupos Urbanos de Segurança,
dispersam a manifestação com brutalidade.
Ao fim do dia uma manifestação de defensores dos direitos humanos é brutalmente atacada. Os defensores dos direitos humanos Elidri Houcine, Aminatou Haidar e Fatma Ayach, dois ex-desaparecidos &endash; presos políticos, são selvaticamente espancados. Lahoussine Moutik, presidente da ex-secção Sahara do Fórum Verdade e Justiça, membro da AMDH, que pretendia visitar as vítimas foi impedido de o fazer e selvaticamente agredido pelos GUS à vista de médicos e enfermeiros. O mesmo aconteceu a Hmad Hammad, militante saharaui dos direitos humanos, que se encontra na sua casa gravemente ferido.
Segundo as últimas notícias (18.06.05) Aminatou Haidar foi transferido do hospital para as instalações da polícia judiciária, onde se encontra detido. A polícia tentou prender Bazid Salek, mas este conseguiu fugir. Os militantes dos direitos humanos Moussamih Baba, Moussawi Ahmed, Sbaï Ahmed e Karroum Hamdi terão sido igualmente detidos.
17.06.05,
Suíça
25 deputados suíços, entre os quais a Presidente do
Parlamento, pedem em declaração que a
Suíça contribua para a constituição de
uma comissão de inquérito internacional encarregada de
averiguar a verdade sobre a repressão que se abate nos
territórios saharauis ocupados, para a nomeação
de um Relator especial sobre a situação dos direitos
humanos nos territórios do Ocidental, a abertura do
território saharaui aos medias internacionais e a
aplicação da resolução 1495 do Conselho
de Segurança da ONU, segundo o qual um plano de
autodeterminação do povo saharaui deve ser
concretizado. [texte]
17.06.05: Uma delegação parlamentar das Astúrias vai tentar deslocar-se a El Ayoun no próximo domingo, dia 19.[Canarias ahora]
18.06.05: O chefe do bloco CDU/CSU no Parlamento alemão afirma em declaração que a situação no Sahara Ocidental é "extremamente grave", reiterando a urgência de uma solução pacífica para a questão do Sahara. O secretário-geral da ONU deve nomear imediatamente um novo representante especial, a fim de mostrar à população saharaui que a realização do seu direito à autodeterminação continua a ser do interesse da comunidade internacional.[SPS]
REFERENDO
25.05.05: Vinte cinco parlamentares norte-americanos do Senado e da Câmara dos Representantes - republicanos e democratas &endash; exprimem através de carta dirigida à secretária de Estado para os Negócios Estrangeiros , Condoleeza Rice, a sua preocupação pela "persistência" do conflito do Sahara Ocidental e apelam à administração Bush que "intervenha" no sentido de organizar um referendo de autodeterminação no Sahara Ocidental, afirmando que os sucessivos atrasos desta consulta favorecem o "desacordo entre os países norte africanos" e pode conduzir à "instabilidade nesta região" (...) "e consequentemente ameaçar os interesses dos EUA ".
03-04.06.05. : Seminário em Madrid intitulado "As soluções para o Sahara &endash; o Sahara Ocidental na dinâmica geopolítica do Magreb", organizado pelo Instituto Europeu do Mediterrâneo (IEMed) e coordenado pelo professor Antoni Segura. A reunião, inspirada pelo governo do PSOE mas à qual não participaram responsáveis políticos marroquinos e saharauis, propõe a criação de um grupo de trabalho internacional que sirva de mediador entre Marrocos e a Frente Polisario, a fim de desbloquear a actual situação na região.
08.06.05: ONU, 4.ª comissão: Intervenção de Mouloud Said, representante da Frente Polisario nos EUA. [Communiqué de presse AG/COL/3120]
RECURSOS NATURAIS
06.06.05: Após ter analisado asa actividades da companhia Kerr-McGee no Sahara Ocidental , o conselho de ética do Fundo petrolífero norueguês conclui que a empresa norte-americana não responde aos critérios exigidos pelo fundo. O Banco Central da Noruega é informado a 29 de Abril desta decisão e todos os capitais (acções) são vendidos. No final de 2004 a participação do Fundo na KMG Corporation representava um valor próximo dos 337 milhões de NOK [ou seja, dercade 52 milhões de US dólares]. [>> mais]
12.06.05: Em comunicado, o grupo canário "Unidad del Pueblo" considera como um "intolerável acto de colonialismo" as negociações entre Marrocos e a Espanha relativamente à delimitação das águas territoriais entre as Canárias e Marrocos. Segundo o texto, os dois países teriam chegado no dia 26 de Outubro de 2004 a um acordo que permanece secreto, segundo o qual o controlo da exploração petrolífera da região seria deixado em mãos marroquinas, o que constitui uma flagrante violação das resoluções da ONU sobre o Sahara Ocidental.
17.06.05, Dia
mundial de luta contra a desertificação e a seca
Comunicado conjunto dos Amigos do Povo Saharaui da Alemanha
(Gesellschaft der Freunde des sahrauischen Volkes) e Ecologia
crítica (Kritische Ökologie) por ocasião do Dia
Mundial de luta contra a desertificação e a seca e o
aniversário do massacre de Zemla [résumé
fr arso]
[Gemeinsame
Pressemitteilungder
Gesellschaft der Freunde des sahrauischen Volkes (GFSV) e.V. und der
Kritischen Ökologie (ifak) e.V. [Stärke des Rechts]
anlässlich des internationalen Tages der
Wüstenbekämpfung]
DIREITOS HUMANOS
04.06.05: Ali
Salem Tamek em Espanha
O activista saharaui dos direitos humanos, presidente do
"Comité de apoio às vítimas da
repressão", prossegue o seu périplo em Espanha. Depois
de Maresme, na Catalunha, é recebido pelo presidente do
município de Málaga, a presidente do parlamento da
Andaluzia e o intergrupo "Paz para o Povo Saharaui". Perante 300
pessoas fala sobre a situação dos direitos humanos no
Sahara Ocidental. Em Sevilha, recebe o IIIº prémio Juan
Antonio González Caraballo, nome do médico andaluz que
morreu em Dezembro de 2001 quando realizava uma visita aos
acampamentos de refugiados saharauis . [Coordinadora
Maresme amb el Sàhara ,04.06.05]
[Parlamento
de Andalucía,
07.06.05] [Alcalde
de Málaga Francisco de la
Torre
07.06.05] [IIIe
prix Juan Antonio González
Caraballo,
08.06.05] [Conférence
à Malaga,
09.06.05]
16-18.06.05:
Barcelona, Fórum social do Mediterrâneo
É organizado um seminário sobre a questão do
Sahara Ocidental, que conta com a participação de
Pierre Galand, Carmelo Ramírez, Felipe Briones, Mohamed Sidati
e Fatma El Mehdi. Um segundo seminário dedica-se a debater a
situação das mulheres saharauis com Souelma Mohamed
Kaid Salem e Selma Mint Ballahi, enquanto que Ali Salem Tamek
participa no seminário sobre «o movimento da juventude
internacional e o conflito do Sahara».
Está programada uma manifestação de
solidariedade com o povo saharaui para o fim da tarde do dia 18 de
Junho no centro de Barcelona, A manifestação é
convocada pelo movimento de solidariedade pro-saharaui.
CULTURA
07.06.05, A
poesia na resistência do povo saharaui
Mohamed Ali Ali Salem, exponente da geração de poetas
saharauis no exílio e actual representante da cultura saharaui
no Estado espanhol, realizou em Barcelona uma conferência sobre
a trajectória e influências da poesia saharaui no
exílio. Descargar el rincón de poesía de Hoy por
hoy de Iñaqui Gabilondo na Cadena SER. O poeta saharaui Limam
Boicha recita poemas seus acompanhado da poetisa Ana Rossetti, do
grupo de Escritores pelo Sahara [text]
16-18.06.05,
Barcelona
Realiza-se uma exposição de quadros do pintor saharaui
Fadili. O Muro da vergonha, os acampamentos de refugiados, o
exílio, a guerra e a Marcha verde são temas expostos
durante a realização do Fórum social do
Mediterrâneo em Barcelona.
SOLIDARIEDADE
09.06.05,
AUSTRALIA
Day of the Martyrs
On 9 June a meeting was held in Melbourne to constitute the first
branch of the Australia Western Sahara Association (AWSA) in the
state of Victoria. The Australia-Western Sahara Association was
formed in 1999 when the Polisario first sent a representative to
Sydney. The day of the martyrs was also marked by remembering the
Saharawis suffering at the hands of the Moroccan occupying forces
since 22 May. The meeting called on Australia to ask Morocco to allow
international observers to El Ayoun and on the African Union to play
a more forceful role with the UN in implementing the Baker peace
plan. [News
Release]
08-10.06.05
Mujeres en zonas de conflicto, Jornadas de solidaridad Sahara,
Palestina, Colombia, Las Palmas de Gran Canaria: Zahra Ramdan,
responsable de relaciones Exteriores de la Unión Nacional de
Mujeres Saharauis. [mas]
EM BREVE
OESTERREICH -
WESTSAHARA - 30 Jahre eines vergessenen Konflikts
Multi-Kulti-Fest am 25. Juni in Leobersdorf. Informationsstand,
Couscous und saharauischer Tee.
INTERNET
NOVAS
PUBLICAÇÕES
[É
possível que existam links com diversos jornais que deixem de
estar em funcionamento ao fim de alguns dias]
Français
>> Revue de la presse internationale francophone http://fr.groups.yahoo.com/group/revue-de-presse-sahara-occidental/messages
English
English publications on Sahara Update mailinglist: http://groups.yahoo.com/group/Sahara-update/messages
Polisario ratchets up oil pressure, Ian Esau, Upstream, 19.05.05.
Reporters Without Borders: Journalists working in Western Sahara face assaults, arrests and harassment, 16.06.05.
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Italiano
Web della As. El Ouali Bologna, aggiornamenti regolari
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