ACTUALIDADES SEMANAIS |
07-13.07.2002
RASD
TERRITÓRIOS OCUPADOS
REFERENDO
MARROCOS
ESPANHA-MARROCOS
SOLIDARIEDADE
EM BREVE
INTERNET
NOVAS PUBLICAÇÕES
RASD
07.07.02
Prisioneiros de guerra
Cento e um prisioneiros de guerra marroquinos foram entregues aos
representantes do Comité internacional da Cruz Vermelha
(CICV), em cerimónia em que participaram representantes das
Nações Unidas e o embaixador da Alemanha na
Argélia. O ministro saharaui da Defesa, Mohamed Lamine
Bouhali, afirmou em conferência de imprensa que esta medida
testemunha «a vontade do governo saharaui em responder
favoravelmente à opinião internacional.» O
embaixador alemão em Argel, por seu lado, declarou que
«é preciso não esquecer os presos e desaparecidos
saharauis, cujo número ronda as 1250 pessoas, segundo a
missão regional da Cruz Vermelha ».
O ministro saharaui da Defesa fez a entrega de uma lista ao CICV de
151 presos saharuis, cuja «sorte se desconhece. A maioria foi
detida entre 1975 e 1976 e aguardam a intervenção da
Cruz Vermelha Internacional», declarou o ministro no decurso da
conferência de imprensa. Afirmou ainda que «a maioria dos
prisioneiros de guerra saharauis foi executada pelo governo
marroquino logo após o primeiro ano de invasão,
à excepção de 66 libertados há já
alguns anos». (SPS,
incl. lista)
08.07.02
Conselho da Europa
Um relatório sob a situação das mulheres
magrebinas foi submetida ao Conselho da Europa durante a sua
sessão de Verão, que teve lugar entre 24 e 28 de Junho,
em Estrasburgo. O estudo, que ilustra a situação das
mulheres na Tunísia, Argélia e Marrocos, assim como das
imigradas na Europa, não fazia qualquer referência
à situação extremamente difícil das
mulheres saharauis. Eva Zetterberg, deputada sueca, membro suplente
do Conselho, propôs várias emendas, de que apenas uma
foi aceite embora excluindo o termo «territórios
ocupados» (ver Resolução
1293 (2002)
fr)
11.07.02
Afeganistão
Segundo fontes marroquinas, Abdullah Abdullah, ministro afegão
dos Negócios Estrangeiros terá anunciado a Rabat que o
seu governo decidiu deixar de reconhecer a RASD. Esta reconhecimento,
que data de Maio de 1979, "foi decidido por um governo
ilegítimo", terá explicado o ministro.
TERRITÓRIOS OCUPADOS
10.07.02
El Ayoun
O processo do militante dos Direitos Humanos Enasiri (ver semana 26),
previsto para ser julgado no dia de de Julho, foi adiado para 24 do
mesmo mês, a pedido dos seus advogados.
10.07.02
Economia
O Sahara Ocidental foi dividido administrativamente em três
províncias pelas autoridades de ocupação
marroquinas. A região de Laâyoune-Bojador-Sakia El Hamra
(norte-oeste) conta com uma população de cerca de
280'000 habitantes, sendo a densidade média de 126 hab/Km2.
35% da população é constituída por jovens
de menos de 15 anos e 61% por pessoas entre os 15 e os 59 anos.
As principais actividades desta população é o
pastoreio, a pesca e a extracção de fosfatos. O sector
terciário emprega 64% da população activa. A
superfície agrícola útil não ultrapassa
os 7500 ha, dos quais 50 ha irrigados e 1000 impossíveis de
irrigar. O efectivo pecuário conta com mais de 89.500
cabeças de dromedários e mais de 200.000 caprinos.
A região dispõe de três portos em Laâyoune,
El Marsa e Bojador, com movimentos de carga de cerca de 310.207
toneladas/ano, que correspondem a um valor de 40 milhões de
euros, contando com uma frota de mais de 700
ambarcações de pesca.
A mina de Boukraâ produziu em 1997 cerca de 1.860.000
toneladas, o que corresponde a 2% da produção nacional
de fosfatos, empregando 2500 trabalhadores. Cerca de 45% da
produção foi exportada para os EUA e 20% para o Sul da
Europa. A região produz cerca de 20.000 toneladas de sal por
ano, extraído dos sabkhats (lagos salgados) de Tazgha, Oum
Dbaâ, Tislatine e Tisfourine. 76.630 toneladas de areia foram
exportadas para as ilhas Canárias em 1998, número que
tem aumentado progressivamente nos últimos anos.
Existem 18 unidades industriais de congelação de peixe
e unidades de produção de farinhas e óleos que,
no seu conjunto, não empregam mais de 3000 a 3500 pessoas.
Não existe mais do que um milhar de artesões. (Le Matin
du Sahara, Marrocos)
REFERENDO
06.07.02
OUA
O Conselho de Ministros da OUA adoptou o relatório apresentado
pelo seu secretário-geral e reiterou «o apoio da OUA
à aplicação do plano de resolução
aceite por Marrocos, pela Frente Polisario e aprovado pelo Conselho
de Segurança das Nações Unidas, enquanto que
mecanismo de resolução do diferendo no Sahara
Ocidental». A OUA lança um apelo à comunidade
internacional «para que continue a aportar o seu apoio à
procura de solução pacífica aceitável
para o diferendo além da sua assistência para a
solução dos graves e evidentes problemas
humanitários que se colocam na região». O
relatório lembra que «a Frente Polisario lançou um
apelo à comunidade internacional para que exerça
pressões sobre Marrocos a fim de que este país
clarifique a situação dos Saharauis desparecidos e
liberte todos os detidos Saharauis em El-Aïoun e Smara no
seguimento das diversas manifestações organizadas
através do território». (SPS, EL MOUDJAHID,
07.07.02)
09.07.02
UNIÃO AFRICANA
Por ocasião da proclamação da União
Africana, que sucede à OUA, cerca de quatro dezenas de chefes
de Estado e de Governo participaram num estádio em Durbam,
Áfricado do Sul, na cerimónia inaugural da nova
orgfanização panafricana. Entre os cinco chefes de
Estado que tomaram a palavra pelas diferentes regiões do
continente, Mohamed Abdelaziz falou em nome da África do
Norte. O presidente saharaui afirmou que o plano de
resolução da ONU-OUA continua a ser o quadro mais
eficaz à escala internacional. Constitui &endash; acrescentou
&endash; o único quadro legal capaz de garantir a
instauração da paz e da estabilidade na base do direito
e da justiça. Ao afirmar que vivia um grande dia, o do
lançamento da UA, o presidente saharaui, quis render homenagem
ao longo percurso da OUA e aos seus fundadores. Declarou que o
nascimento da UA reforçava a causa saharaui, porque «a UA
vai apoiar as nossas aspirações e irá
coordenar-se com a ONU para a convocação do
referendo.» O presidente Mohamed Abdelaziz rendeu igualmente uma
sentida homenagem à Argélia que soube - acrescentou -,
sair vencedora de todas as tentativas de
desestabilização que conheceu ao longo dos
últimos anos.
A RASD foi nomeada membro do bureau da UA e passa a ser um dos cinco vice-presidentes da organização panafricana. O presidente Abdelaziz foi eleito como um dos três representantes norte-africanos no seio do futuro "conselho de paz e de segurança" da UA (15 delegados).
12.07.02
Ihas Canárias
52'000 canários afirmaram-se a favor da rápida
celebração de um referendo de
autodeterminação no Sahara Ocidental, na
sequência de uma consulta organizada pela
Associação de solidariedade com o Povo Saharaui.
Só 123 pessoas votaram contra o referrendo. A consulta foi
organizada em 56 freguesias das ilhas Canárias, entre 12 e 30
de Junho.(DIARIO DE AVISOS (CANÁRIAS)
MARROCOS
07.07.02
Em declaração ao jornal Ech-Charq El-Awsat, Ahmed
Osmane, antigo primeiro-ministro marroquino, afirmou que o
dossiê das fronteiras entre Rabat e Argel «não
está ainda fechado». «Cedo ou tarde, este
dossiê será reaberto », acrescentou, precisando que
os acordos de Ifrane de 1972, firmados pelos dois países,
nunca foram ratificados pelo Parlamento marroquino. Ahmed Osmane
deixou entender que as reivindicações territoriais de
Marrocos em relação à região de Tindouf
«continuam ainda na ordem do dia», enquanto que, em
contrapartida, o dossiê do Sahara Ocidental foi concluido
«definitivamente em 1975».(Le Quotidien
d'Oran)
10.07.02
Pesca
A câmara de comércio espanhola de Tanger e a
câmara de pesca do Mediterrâneo organizam em Tanger uma
jornada hispano-marroquina de debate sobre a pesca artesanal, que se
centrará no estudo das vantagens e inconvenientes da
cooperação em matéria de pesca. Membros do
governo marroquino e da Federação andaluza das
associações de pesca participam nesta jornada. Os
acordos de pesca governamentais entre a Espanha e Marrocos não
foram renovados, procurando agora Marrocos celebrar acordos directos
com os próprios armadores.
ESPANHA-MARROCOS
11.07.02
Golpe de força na ilhota de Perejil
Um destacamento de uma dúzia de polícias ou militares
marroquinos desembarcou na ilhota de Perejil (Salsa), junto de Ceuta,
colocando duas bandeiras marroquina naquele pequeno
território. O marroquinos recusaram acatar as ordens da
guardia civil espanhola, entretanto chegada ao local. O governo
espanhol condenou os acontecimentos e pediu a Rabat que respeite o
Tratado de amizade, boa vizinhança e cooperação
de 1991 e o statu quo existente, em vez de se voltar à
situação que prevalecia anteriormente. A Espanha enviou
dois barcos patrulha para a região. Espanha, ao considerar
estar a pequena ilha sob sua soberania, argumenta tratar-se de uma
clara violação desta e de um acto de extrema gravidade.
A ilhota desabitada de Perejil (Salsa) para os espanhóis, ou
Leïla, para os marroquinos, tem uma superfície de 13,5
hectares, está distante do continente por apenas poucas
centenas de metros, encontrando-se a 10 km de Ceuta e a 40 km e Este
de Tanger. O seu estatuto não é contudo claro.
Não pertence administrativamente a nenhuma região ou
comunidade espanhola, e Mariano Rajoy, porta-voz do governo,
interrogado diversas vezes por jornalistas para saber se Madrid
considerava que a ilhota de Perejil estava sob soberania espanhola,
não quis responder. Sublinhou apenas que a ilha beneficia,
desde há 40 anos, de um "estatuto aceite por Marrocos e pela
Espanha, nos termos do qual nem o governo espanhol nem o governo
marroquino ocupará a ilha. Este statu quo foi até agora
respeitado. De maneira unilateral, Marrocos decidiu rompê-lo ",
acrescentou.
Segundo as autoridades marroquinas citdas pela AFP, Marrocos decidiu instalar um posto de vigilância, decisão que "se inscreve no quadro da campanha da luta anti-terrorista e anti-emigração clandestina levada a cabo pelas autoridades marrquinas, em particular na zona do Estreito de Gibraltar". Para Rabat, o território está situado nas águas territoriais marroquinas e sob soberania marroquina. Os militares marroquinos encontram-se aí "de pleno direito", por simples "razões de circunstâncias ". A decisão de Marrocos não constitui "nem uma provocação, nem uma ameaça para a Espanha ".
Um porta-voz da Comissão Europeia afirmou que a presença de militares marroquinos na ilhota era uma "violação da integridade territorial espanhola" e uma "questão de soberania". A NATO considera que a ocupação marroquina é «um assunto bilateral».
12.07.02
Em comunicado do representante junto da Comunidade de Madrid, a
Frente Polisario qualificou de «acto de
provacação» a ocupação da
«ilhota espanhola de Perejil». «Trata-se de uma fuga
para a frente para desviar a opinião pública marroquina
dos resultados negativos da política do novo rei, tal como fez
Hassan II ao invadir o Sahara Ocidental. O objectivo de Marrocos
é fazer pressão sobre a Espanha para que mude a sua
posição sobre o Sahara Ocidental.»
«A crise aberta com a Espanha (...) é uma mensagem
explícita da parte das forças armadas marroquinas sobre
a questão do Sahara Ocidental. A Espanha deve compreender que
a marroquinidade do Sahara não deverá ser posta em
causa», escreve Ahmed Benani. Para o politólogo
marroquino, «a ocupação marroquina da ilhota de
Leïla significa que a decisão não coube ao rei e
ainda menos ao governo de Youssoufi. As forças de
segurança, de Marrocos, do exército á
polícia passando pela DST, preparam á sua maneira as
eleições de Setembro, de certo modo o após
Mohamed VI.»
Em reacção à presença de um navio
marroquino próximo de outra ilha espanhola perto de Marrocos,
Madrid decidiu reforçar os meios militares de todas as
unidades espanholas permanentes presentes nessas ilhas.
SOLIDARIEDADE
Dezembro de
2001
Após três anos de formação no quadro de um
projecto da ONG francesa Enfants réfugiés du Monde, 23
jovens do campo de refugiados de Dakhla receberam o seu diploma de
educadoras de infância. As jovens vão trabalhar nos sete
centros de infância do campo. Enquanto isso, os diferentes
aspectos do programa de saúde de ERM (formação
de enfermeiras e parteiras) prosseguem com sucesso. (ERM Nos
33/34, jan.-jun 2002)
EM BREVE
01-05.08.02
11.ªs «Nuits Atypiques de Langon: Au travers des musiques
du monde et de leurs esthétiques multiples». As Nuits
Atypiques de Langon convidam ao diálogo, entre o
artístico e o político, ética e estética,
identidade e diferença.
Sábado 3 de Agosto às 12h: «Les enjeux de la
question sahraouie »
Mariam Salek H'Mada, Ministra da Cultura e dos Desportos da RASD,
Khadija Hamdi, deputada saharui responsável pela
temática da informação, cultura
orientação das mulheres, Danielle Mitterrand,
Presidente da Fondation France-Libertés, Régine
Villemont, professora, secretária-geral da Association des
Amis de la République Arabe Sahraouie Démocratique.
Info: tel: 05 57 98 08 45, Web: http://www.nuitsatypiques.org
INTERNET
Poemario por
un Sahara libre, ha cambiado su día de emisión a los
Sábados de 7 a 8 de la tarde en Radio Resistencia, 101 FM,
emisora libertaria de Madrid. Recordamos que se puede descargar el
programa en la pagina de Radio
Resistencia.
Ademas de las noticias esta semana contamos con una entrevista con el
periodista y escritor saharaui Mahayub Salek y con miembros de la
Asociacion de amigos del pueblo saharaui de Calasparra
(Murcia).
OPINIÃO
NOVAS
PUBLICAÇÕES
[É
possível que existam links com diversos jornais que deixem de
estar em funcionamento ao fim de alguns dias]
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