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07.10.00
Desaparecidos
Um "Jardim de desaparecidos" foi inaugurado em Meyrin (Genebra),
local de memória em honra das vítimas de
desaparecimento forçado em todo o mundo. A
Associação dos Familiares dos Presos e Desaparecidos
Saharauis (AFAPREDESA) participou na inauguração,
plantando uma árvore em memória dos desaparecidos do
seu país. Mohamed Bennou, ex-preso político saharaui,
declarou na ocasião: ''Trago a terra do Sahara Ocidental,
país ocupado por Marrocos, onde centenas de Saharauis
desapareceram em centros de detenção secretos
marroquinos... O desaparecimento forçado é um crime
contra a humanidade, mas a inauguração de um jardim de
desaparecidos é uma vitória contra o esquecimento,
contra a injustiça e a impunidade." Uma
delegação saharaui, constituída pela
representante da Frente Polisario na Suíça e pelo
secretário-geral da UJS, bem como membros do comité
suíço assistiram à cerimónia.
08.10.00
Frente Polisario
"O abandono do plano de paz não pode ser considerado outra
coisa que não seja a ruptura do cessar-fogo", afirma em
comunicado o Secretariado nacional da Frente Polisario, reunido na
sua terceira sessão ordinária. (SPS )
Territórios Ocupados -
Marrocos
Detenções
A 05.10., na região de Guelta Zemmour, as forças
armadas marroquinas detiveram oito jovens saharauis em
circunstâncias ainda não clarificadas. Trata-se de
Laroussi Abdel Jelil, Daoudi Mohamed Salem, Boumoud Mohamed, Mohamed
Salem ould Velli, Zeghman Mohamed, Nefil ould Boussid e Nefi ould
Sidi Hacenna ould Kercha. Quatro pessoas do mesmo grupo conseguiram
fugir, mas desconhece-se ainda a sua sorte. As famílias
receiam que elas possa ter sido abatidas pelos soldados marroquinos.
Trata-se de El Anssari Said ould Mohamed, Ayach Bachir ould Sidi
Mohamed, Bachri Mohamed ould Brahim e de Mohamed Lamin ould Mohamed
Yahdih. Os jovens aprisionados, com idades entre os 17 e os 20 anos,
foram submetidos durante quatro dias a brutais interrogatórios
na sede da polícia em El Ayoun antes de terem sido
transferidos a 09.10 para a prisão central. São
acusados de "emigração ilegal" (AFAPREDESA, SPS)
Nova detenção
Antigo preso político, recentemente libertado, Ahmed Deya foi
novamente detido em El Ayoun e sujeito a tortura. É suspeito
pelas autoridades marroquinas de ser um elemento activo da Frente
Polisario. (SPS
10.10.00)
Manifestação
Em El Ayoun, estudantes do liceu El Moussala manifestaram-se
protestando contra as práticas repressivas das forças
de ocupação marroquinas. Estas actuaram de forma
violenta para dispersar a manifestação prendendo cinco
estudantes. Os cinco jovens foram espancados antes de terem sido
libertados quatro horas mais tarde. (SPS)
Condenação
Contrariamente ao que tinha sido anunciado, Bahaha Salek ould Mahmoud
não foi libertado mas sim condenado a 4 anos de prisão
efectiva e a uma multa de 10.000 DH por atentado à
segurança do Estado, pelo simples facto de ter querido
juntar-se à Frente Polisario. Detido no aeroporto de El Ayoun,
no dia 27 de Setembro último, foi presente a um juiz de Agadir
dois dias mais tarde, e julgado a 9 de Outubro pelo Tribunal de
Primeira Instância de Agadir. Os advogados de defesa
denunciaram os vícios processuais invocando a
incompetência do tribunal de Agadir, dado que Bahaha Salek
reside em El Ayoun e os factos de que era acusado passaram-se nesta
mesma cidade. Bahaha Salek está preso na prisão civil
de Inzegane, onde se encontram também outros três
saharauis julgados recentemente por espionagem a favor da Frente
Polisario. (Comunicado AA
RASD, SPS)
Atentado
Dois jovens saharauis, os irmãos Lehbib e Toufah Emhemed ould
Labeid, deitaram fogo a uma viatura da polícia marroquina no
passado dia 11 de Outubro, na cidade de Smara, tendo-se se servido de
uma garrafa de gás que colocaram no interior do
veículo. Os dois jovens foram imediatamente detidos e
interrogados pela brigada de polícia de Smara, onde se
encontram ainda detidos. (SPS)
Marraqueche
Rajaa Brahim, de 21 anos, estudante saharaui que frequentava o
primeiro ano do curso de economia, detido durante os acontecimentos
de Maio passado em Marraqueche, condenado no dia 20 de Junho a cinco
anos de prisão por ter incendiado uma viatura da
administração marroquina (ver semana 26), foi
transferido no início de Outubro da prisão de
Marraqueche para a de El Jadida, com o objectivo de o manter afastado
dos outros estudantes saharauis presos também em Marraqueche.
(corr.)
10.-12.10.00
Ilhas Canárias
O presidente saharaui Mohamed Abdelaziz deslocou-se às Ilhas
Canárias, onde manteve encontros com o chefe do governo
canário, Roman Rodriguez, qualificados de "frutuosos e
interessantes". Em conferência de imprensa dada em Las Palmas,
Mohamed Abdelaziz apelou ao governo espanhol a que jogue um papel
mais importante a fim de garantir o respeito pelo plano de
resolução, dado que a Espanha tem possibilidades e os
meios necessários para o fazer. Em Lanzarote, onde inaugurou
uma exposição fotográfica, o presidente saharaui
afirmou que, quando o Sahara aceder à independência, os
pescadores espanhóis não terão os problemas de
hoje, resultantes da política continua de chantagem de
Marrocos em relação à Espanha quanto aos acordos
de pesca. A delegação presidencial reuniu-se em Palmas
com representantes das cidades geminadas e com os comités de
apoio canários. (SPS 12.10.00
e 13.10.00)
Imprensa marroquina -
citação da semana
"(...) a aceitação pela polisario da terceira via, com
o preço resultante do descrédito do mecenas argelino,
colocaria Marrocos numa situação bastante delicada. No
caso de se produzir, isso implicaria o repatriamento de todos os
separatistas para o território, uma
redistribuição dos poderes locais em detrimento do
actual equilíbrio. Esse dado novo não deixaria de
provocar certos desequilíbrios e o reavivar localmente de
certos rancores e inimizades.
No caso de uma firme recusa por parte da polisario, Marrocos
terá que optar por duas posições. A primeira
seria a de manter o estéril statut quo de continuar na
expectativa. A segunda, que poderia revelar-se a mais "compensadora",
seria Marrocos não esperar pela resposta da "outra parte" e
tomar a iniciativa. Uma iniciativa que implicaria a
aplicação unilateral de uma larga autonomia com todos
as protecções necessárias à
manutenção da unidade e à coesão do
reino." (Demain,
semanário, 09.10.00, citado pela revista de imprensa da
Embaixada de França em Rabat)
NOVAS PUBLICAÇÕES
[É possível que
existam links com diversos jornais que deixem de estar em
funcionamento ao fim de alguns dias]
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