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13.09.00
EUA
A Subcomissão África da Comissão de
Relações Internacionais do Congresso dos EUA realizou
uma sessão onde abordou a questão do referendo do
Sahara Ocidental. No começo da sessão, o presidente da
comissão, o deputado Ed Royce criticou vivamente a
lentidão do processo conduzido pela ONU, declarando "que
após 8 anos de atraso (o referendo estava previsto para 1992)
e um preço de mais de 440 milhões de dólares US,
a MINURSO continua longe do seu objectivo." Para ele está
claro que nem os Estados Unidos nem os outros países têm
vontade de fazer pressão sobre Marrocos com vista à
realização de um referendo justo e equitativo.
O deputado George Radanovich, por sua vez, criticou o governo
norte-americano, que não fez prova de firmeza face a Marrocos,
potência ocupante do Sahara Ocidental, e que não apoiou
suficientemente James Baker na sua difícil missão.
Após ter denunciado as propostas americana e francesa de
abandono dos acordos negociados e firmados pelas partes, Joseph Pitts
lembrou que os Estados Unidos da América foram fundados na
base do direito à autodeterminação e que
é arrogante e injusto pretender privar outro povo desse mesmo
direito. Joseph Pitts concluiu a sua intervenção
afirmando que é tempo de a ONU organizar o referendo e fazer
respeitar o seu resultado.
13-15.09.00
Intergrupo parlamentar europeu
Uma delegação do Intergrupo parlamentar europeu "Paz
para o Povo saharaui", composta por deputados franceses,
espanhóis e britânicos, visitou de 13 a 15 de Setembro
os campos de refugiados saharauis. Após o seu regresso, o
grupo dirigiu um apelo ao Conselho e à Presidência
francesa UE pedindo-lhes que joguem um papel mais activo para
garantir a aplicação do plano de paz da ONU. Em
comunicado divulgado aos media, a delegação dá
conta da inquietação e decepção que
observou entre a população saharaui, confrontada com os
eternos atrasos do referendo. A delegação sublinha a
necessidade que a UE tem de apoiar os esforços das
Nações Unidas na aplicação dos acordos
firmados e solicita um reforço da ajuda humanitária aos
refugiados. Conclui o comunicado dizendo que só uma
solução que respeite o direito do povo saharaui
à autodeterminação permitirá a todos os
povos da região, incluindo o próprio povo marroquino,
construir um futuro em paz e estabilidade. (SPS)
ONU - Referendo
"O plano de resolução (...) continua a ser a
única opção prática e realista que
poderá assegurar uma solução justa e duradoura
para este conflito ", afirma da tribuna da Assembleia Geral da ONU o
ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, Abdelaziz
Belkhadem". (14.09.00,
aps)
"O meu país quer reiterar uma vez mais a sua disponibilidade
de tudo fazer para facilitar a aplicação do plano de
resolução das Nações Unidas com vista a
solucionar o conflito do Sahara Ocidental", declarou por seu turno o
ministro de Negócios Estrangeiros mauritano, Ahmed Ould
Sid'Ahmed. (16.09.00
ami)
18-21.09.00
Visita de Mohamed VI a Espanha
Por ocasião do jantar de gala oferecido ao rei de Marrocos no
primeiro dia da sua visita oficial, o soberano espanhol Juan Carlos
renovou o seu apelo "a não serem poupados esforços para
resolver os contenciosos existentes, em particular o diferendo em
torno do Sahara Ocidental." A Espanha está convencida,
acrescentou, que "só uma verdadeira vontade de
cooperação entre as partes implicadas permitirá
ultrapassar as dificuldades que impedem ainda a
aplicação do plano de paz e encetar o processo de
construção magrebina."
O representante da Frente Polisario em Espanha acolheu com satisfação o pedido do rei, esperando que ela venha a ser bem entendida por Mohamed VI. "É tempos de corrigir os acordos tripartidos de Madrid (firmados em 1975 pela Espanha, Marrocos e a Mauritânia)" acrescentou. Questionado sobre as próximas negociações marroquino-saharauis previstas para o fim do mês, em Berlim, Brahim Ghali mostrou-se pessimista quanto ao resultado. (El Mundo)
A visita do soberano marroquino deu
lugar a diversas manifestações de protesto organizadas
pelo movimento de solidariedade com o povo saharaui.
Numerosas associações, instituições,
sindicatos, e 114 municípios que integram a
Coordenação catalã das autarquias
solidárias com o povo saharaui, subscreveram uma carta aberta
ao rei de Marrocos, exigindo a organização do
referendo.
Uma concentração pacífica diante da Câmara
Madrid, onde o rei de Marrocos iria ser recebido pela
município, foi dispersa pela polícia, tendo sido
detidos 15 participantes. Os manifestantes protestavam com os
atentados aos direitos humanos cometidos no Sahara Ocidental e contra
os obstáculos colocados por Marrocos à
realização do referendo. Apesar da vigilância
policial, seis manifestantes conseguiram penetrar na sala onde
decorria a recepção empunhando cartazes, perante a
estupefacção dos convidados marroquinos. No decorrer da
sessão oficial no parlamento ecoaram gritos de "Marrocos fora
do Sahara" vindos da tribuna destinada ao público.
A Liga Espanhola Pro Derechos Humanos protestou com veemência
contra a atitude das forças policiais.
Os representantes da Esquerda Unidas boicotaram a
recepção oferecida pela cidade de Madrid ao soberano
marroquino como forma de protesto.
No final do dia vários milhares de manifestantes (entre 3000 e
5000 segundo várias fontes) participaram numa marcha de
protesto no centro da capital espanhola. Os manifestantes exigiam o
respeito pelos direitos humanos nos territórios ocupados por
Marrocos e a realização rápida do referendo de
autodeterminação.
Em Barcelona teve lugar igualmente uma manifestação.
(imprensa espanhola,
SPS)
A secção espanhola da Amnistia internacional entregou
uma carta ao rei Juan Carlos e ao ministro de Negócios
Estrangeiros espanhol, dirigida ao rei de Marrocos Mohamed VI. A AI
mostra inquietação pelo facto de que a melhoria dos
direitos humanos em Marrocos não se estenda aos habitantes do
Sahara Ocidental e denuncia a falta de liberdade de
associação, de movimento e de expressão
concedida aos Saharauis. Aquela associação de defesa
dos direitos humanos salienta o facto de muitos saharauis sofrerem
por aquilo que as autoridades se recusam a reconhecer: as
violações de que foram vítimas no passado. A
secção espanhola da AI lembra que uma grande parte dos
450 saharauis desaparecidos não são reconhecidos como
tal. Mostra-se ainda preocupada com o facto de os repressores e
torcionários continuarem ainda impunes.
18.-21.09.00África do
Sul
Mohamed Cheikh, secretário-geral da UGTSARIO, União
Geral dos Trabalhadores Saharauis, participou no 7.º congresso
nacional dos sindicatos sul-africanos COSATU. Os 3000 delegados
reservaram-lhe um acolhimento caloroso e reafirmaram o apoio e a
solidariedade do seu movimento para com a causa saharaui.
Através de resolução aprovada no plenário
decidiram iniciar uma campanha de solidariedade em favor da UGTSARIO
e do povo saharaui. (corr.,
SPS)
Apoio ao plano de
resolução ONU-OUA
Vários emissários saharauis encontram-se em
missão no quadro de uma campanha diplomática levada a
cabo pela Frente Polisario e pelo governo da RASD, para sensibilizar
a opinião pública internacional sobre a questão
da descolonização do Sahara Ocidental e alertar para os
perigos que representa o bloqueio da aplicação do plano
de paz e a tentativa de abandonar o referendo por uma outra via por
parte de Marrocos.
Venezuela: O presidente do Conselho Nacional saharaui (Parlamento), Salem Sidi Brahim foi recebido pelo presidente da Assembleia nacional venezuelana, Dr. William Lara. (SPS 16.09.00)
Quénia: O embaixador da RASD na Etiópia e representante permanente junto da OUA efectuou uma visita a vários países de África. Portador de uma mensagem do presidente Mohamed Abdelaziz, Fadel Ismail iniciou o seu périplo pela capital do Quénia. (SPS 18.09.00)
África do Sul: Ao receber o emissário do presidente da RASD M'Hamed Khaddad, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros sul-africano exprimiu o apoio do seu país ao respeito pelo direito à autodeterminação do povo saharaui. (SPS 19.09.00)
México: O governo do México reafirmou o seu apoio ao referendo por ocasião de um encontro realizado pelo ministro e director-geral para a África, Federico Urruchua Durand, com o diplomata saharaui Khatri Addouh. (SPS 19.09.00)
Madagáscar: O ministro da Comunicação e vice-ministro dos Negócios Estrangeiros malgache reiterou o apoio do seu país ao plano de paz ONU-OUA. Essa tomada de posição aconteceu durante o encontro que aquele dirigente manteve com um emissário da RASD, Mohamed Bouzeid, ministro da Justiça e dos Assuntos Religiosos. (SPS 20.09.00)
Lesoto: Mhamed Khaddad, membro do secretariado nacional da Frente Polisario e coordenador junto da MINURSO, foi recebido no ministério de Negócios Estrangeiros do Lesoto. Os responsáveis daquele país com quem se avistou exprimiram o apoio ao direito à autodeterminação e o seu apoio total à causa saharaui. (SPS 20.09.00)
Botswana: O presidente do Botswana reiterou o vigoroso apoio do seu país ao direito à autodeterminação do povo saharaui durante um encontro que manteve com o emissário da RASD M'Hamed Khaddad. (SPS 23.09.00)
20.09.00
Itália
O ministro de Negócios Estrangeiros italiano, Lamberto Dini,
respondendo a uma carta que lhe fora dirigida por mais de 100
deputados italianos, onde convidavam o governo a apoiar o plano de
paz da ONU, escreve que a Itália continua a apoiar com firmeza
o processo referendário tanto nas Nações Unidas
como no quadro da União Europeia. Afirma que o governo
italiano segue com atenção os esforços do
enviado pessoal do SG da ONU e está consciente das
dificuldades reencontradas, acrescentando que é evidente que o
abandono explicito da via referendária por uma "terceira via "
corre o risco de aumentar as tensões na já
difícil relação entre a Argélia e
Marrocos, ponto de partida fundamental para toda e qualquer
perspectiva de integração regional do Magrebe e para a
própria estabilidade do Mediterrâneo Ocidental.
(corr.)
EM BREVE
Marcha sobre Tazmamart
O Forum para a Verdade e a Justiça (Marrocos) organiza no dia
6 de Outubro uma marcha sobre Tazmamart, um das mais tenebrosas
prisões secretas de Hassan II.NOVAS
PUBLICAÇÕES
[É possível que
existam links com diversos jornais que deixem de estar em
funcionamento ao fim de alguns dias]
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