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A 20 de Junho de 1990, as luzes reacendem-se e a esperança renasce: o Secretário-Geral da O.N.U., Xavier Perez de Cuellar torna público o plano conjunto das Nações Unidas e da Organização de Unidade Africana para a organização de um referendo no Sahara Ocidental.
A 27 de Junho, o Conselho de Segurança da O.N.U. adopta a Resolução 690 que aprova o relatório do Secretário-Geral e cria a MINURSO (Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental).
A máquina parece pôr-se em marcha e o povo saharaui vê despontar no horizonte o referendo que ele há tanto sonha e deseja.O cessar-fogo é acordado entre as partes beligerantes - Marrocos e a Frente Polisario - para o dia 6 de Setembro de 1991. Segundo o calendário definido no plano de paz das Nações Unidas, o referendo deverá ter lugar vinte semanas mais tarde, ou seja, durante o mês de Fevereiro de 1992.
Após mais de cinco anos, não só o referendo não teve lugar, como o Sahara Ocidental continua sob ocupação. Mais: estima-se que, neste período, muitas dezenas de milhares de colonos marroquinos se instalaram no território a convite do Governo de Rabat com o objectivo de fazer aumentar o número de votantes que, eventualmente, venham a defender a integração do Sahara em Marrocos. Em consonância com esta política de povoamento forçado, Marrocos não tem cessado de pressionar as Nações Unidas para que sejam modificados os critérios de selecção dos votantes no referendo: o Plano de Paz previa que só as famílias recenseadas pela administração espanhola em 1974 pudessem participar no voto, ou seja cerca de 75 mil pessoas.