ACTUALIDADES SEMANAIS

 

SEMANA 45

02.-08.11 1997

 

20.10.97
Dinamarca

Segundo o órgão de comunicação dinamarquês "Information", várias empresas dinamarquesas estão em vistas de estreitar importantes relações comerciais com Marrocos que incluem o Sahara Ocidental. A Alfa Laval, de Copenhaga, por exemplo, planifica a construção em Dakhla de uma fábrica de transformação de peixe, que será a mais importante unidade de toda a Africa Ocidental. Vários partidos políticos reagiram a esta informação publicada pela imprensa, exigindo a suspensão imediata dos investimentos e pedindo explicações ao ministro dos Negócios Estrangeiros do seus país.

21.10.97
Grécia-Argélia
Em conferência de imprensa conjunta realizada no termo da visita de uma delegação oficial grega conduzida por Théodore Pangalos, ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia, o seu homólogo argelino revelou existir "uma larga convergência de pontos de vista" entre os dois países sobre o(s) dossier(s) do Sahara Ocidental.

27.10.-05.11.97
Visita do presidente saharaui aos EUA

A visita de Mohamed Abdelaziz aos EUA foi marcada por uma série de encontros, reuniões e recepções. O dirigente saharaui reuniu-se com congressistas, representantes dos meios empresariais e financeiros, instituições democráticas e religiosas, assim como com organizações de defesa dos direitos humanos. A Fundação Renaissance organizou uma recepção, tendo, na ocasião, a RASD sido admitida como membro de honra da organização. O presidente saharaui lançou um apelo às ONG norte-americanas, pedindo-lhes que no próximo ano dêem prioridade à questão do Sahara Ocidental e se empenhem na aplicação rigorosa dos acordos de Houston.

01.11.97
Caravana humanitária anglo-americana

Uma caravana constituída por um largo número de autocarros, camiões e veículos-todo-o-terreno deixaram Londres com destino aos acampamentos de refugiados saharauis. A coluna transportava material médico, educativo e produtos alimentares numa organização da associação britânica "Saharawan Aid Trust" e da norte-americana "Friendship Force". O animador desta caravana é, uma vez mais, Lord Christopher Winchelsea, membro da Câmara dos Lordes britânica. Cerca de 60 britânicos e 58 americanos integram a coluna que atravessa a França em três dias antes de cruzar Espanha, para chegar a Orão no dia 7 de Novembro e, daí, se dirigir a Tinduf. Trata-se da sexta coluna humanitária organizada por Lorde Winchelsea.

02.11.97
Apelo por 57 desaparecidos

Um grupo de antigos presos políticos marroquinos dos cárceres de Tazmamart, Kalaat M'Gouna e Agdz lançaram um apelo às autoridades do seu país para que desvendem o véu sobre a sorte de 57 pessoas desaparecidas desde os anos 60."O Estado não abriu até hoje este dossier (...) dado que os responsáveis ocupam ainda lugares de destaque no aparelho do Estado", afirmam os antigos presos que reclamam informações sobre a sorte dos seus antigos companheiros desaparecidos, a entrega dos corpos às famílias das pessoas mortas em Tazmamart e respectiva indemnização.

05.11.97
Marrocos investe no Sahara
Marrocos pôs em execução um plano de investimento de desenvolvimento das pescas "nas províncias do sul" no montante de 3 mil milhões de dirhams (55,6 milhões de contos), revela a agência noticiosa oficial MAP. Uma parte deste programa - nomeadamente a construção do porto de pesca de Dakhla, a ampliação dos portos de El Aiun (capital do Sahara Ocidental ocupado), de Tan-Tan e Sidi Ifni, no sul do Marrocos, estão já em curso.


06.11.97 Mauritânia-Sahara Ocidental
Abdelkader Omar, presidente do Conselho Nacional saharaui, afirmou que a Mauritânia constitui uma peça chave "no processo que conduzirá ao referendo de autodeterminação no Sahara Ocidental". Abdelkader Omar, que acabava de ser recebido pelo presidente mauritano Maaouiya ould Taya, declarou que a Mauritânia pode jogar um papel importante, nomeadamente durante o recenseamento dos saharauis, dado que um elevado número reside actualmente no seu território. O enviado saharaui revelou que o motivo do seu encontro com o chefe de Estado mauritano foi o acordo de Houston (AFP)

06.11.97
Hassan II fala no 22º aniversário da "Marcha Verde"

Em discurso transmitido pela televisão por ocasião do 22º aniversário da tristemente célebre "Marcha Verde", o rei de Marrocos, discorrendo sobre a campanha referendária, fez a apologia da sua política de regionalização nas "províncias do sul", anunciando que se deslocará a El Aiun no dia 3 de Março de 1998. Em tom de autocrítica, o monarca propôs "uma reflexão sobre os nossos irmãos das nossas províncias do sul (...) Reflectimos o suficiente quando tentámos aplicar nessas regiões o modo de vida que é o nosso? (...) A célula saharaui (...) tinha um modo de vida que lhe é próprio (...) Será que esta evolução decorreu de modo conveniente? Os programas de educação, os programas sociais, os programas de formação, a integração da mulher na nova sociedade e a integração dos pastores e dos nómadas nas cidades (...) não deu origem a contradições tão ocultas que até mesmo os directamente interessados não se dão porventura conta? Terão gerado a felicidade absoluta, sabendo-se que não terão entrado em linha de conta com o factor social que são a célula familiar e a célula tribal? (...). "Havia uma civilização nessas regiões", concluiu o monarca, afirmando que é necessário preservá-la. A solução marroquina passa pela regionalização. "Logo que as regiões ponham de pé as suas estruturas - o que deverá ocorrer em Dezembro próximo - estarei em condições de submeter o conjunto destas dossiers (...) à reflexão e ao diálogo que será, como habitualmente, aberto aos Nosso filhos das três regiões das províncias do sul. Irei fazer-lhes uma visita logo após a Festa do Trono, com estes dossier debaixo do braço e serei acompanhado pelos Meus peritos. Será a primeira reunião no quadro da regionalização (...) que abrirá o diálogo, o debate e permitirá o lançamento das obras públicas". O monarca recorda no entanto que, antes de mais, é necessário garantir a vitória nas urnas. Aos "habitantes das províncias do sul", Hassan II tranquiliza, dizendo ter "garantido a nossa posição quanto ao direito de todo o marroquino originário das províncias do sul a poder inscrever-se - se ainda não teve ocasião de o fazer - na lista de pessoas que devem (sic) participar no referendo. Eles devem, portanto, apresentar-se pessoalmente diante dos locais que serão abertos para este efeito".
Ver comunicado das autoridaes da RASD.( francés o español)

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