SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS

original:frances

SEMANA 41

07.-13.10. 2001

04.10.01
Protestos saharauis I
Asrir (Goulimine): Dois civis saharauis e um polícia marroquino foram feridos durante as manifestações que tiveram lugar em Asrir, em sinal de solidariedade e de apoio aos saharuis vítimas da repressão. A manifestação foi dispersa pela polícia antes de chegar diante do edifício da câmara municipal, onde os manifestantes pretendiam organizar um comício e entregar um caderno de reivindicações às autoridades, entre as quais figuravam a libertação de todos os presos políticos saharauis e a melhoria das suas condições de vida. Os dois saharauis feridos, Mohamed Lehbib Mohamed M'Barek Nebti e Melainin El Moctar Boulam, foram violentamente espancados durante os confrontos  que se prolongaram por diversas horas. (SPS)

06.10.01
Protestos saharauis II
Em Assa (sul de Marrocos), os grevistas da fome suspenderam temporariamente a sua acção após uma semana (ver
semana 40, em resultado das promesas feitas pelas autoridades marroquinas de estudar as suas reivindicações e de lhes encontrar solução. (SPS)

06.10.01
Austrália
A coordenação das ONG humanitárias australianas ACFOA adoptou uma resolução sobre o Sahara Ocidental durante a sua conferência anual. Nela se reafirma o apoio ao direito à autodeterminação do povo saharaui, são condenadas as violações dos direitos humanos nos territórios ocupados e apela-se ao governo australiano que aumente a ajuda aos refugiados saharauis.

06.10.01
Itália
No decurso das visitas que as quatro delegações saharauis estão a fazer por Itália, multiplicam-se as geminações, os acordos de cooperação entre cidades, províncias e regiões italianas e as wilayas/daïras saharauis: foi isso que aconteceu em Latium, na Toscânia, na Emília-Romana, Mântua e em Nápoles. Os autarcas e dirigentes eleitos italianos declararam-se unanimemante a favor de um mais profundo empenhamento do seu governo nacional e da União Europeia em favor da realização do referendo.(SPS)

09.10.01
Territórios ocupados
Pela segunda vez na mesma semana, voltaram a aparecer panfletos em Smara um pouco por toda a parte, apelando a população à «mobilização geral contra a ocupação marroquina ilegal do território saharaui» e à unidade nacional em torno dos objectivos da independência. Bandeiras da RASD foram também vistas um pouco por todo o lado na cidade, nos telhados das casas, nos postes eléctricos, o que motivou a rápida mobilização das autoridades no sentido de as recolher.
Os panfletos anunciavam que os saharauis das zonas ocupadas se preparam para comemorar o 12 de Outubro, aniversário da proclamação da unidade nacional em 1975, e que não ficarão de braços cruzados diante do «genocídio, a repressão e a intimidação» que têm sofridos durante estes 26 anos de ocupação colonial marroquina do território. (SPS)

Em El-Ayoun, a capital do Sahara Ocidental ocupada, estudantes de um liceu organizaram uma concentração diante da sua escola, durante a qual gritaram palavras-de-ordem contra as práticas repressivas das forças marroquinas. Esta concentração foi rapidamente dispersa pelas forças de intervenção rápida, que fizeram várias prisões entre os manifestantes.(SPS)

09.10.01
Imprensa marroquina &endash; territórios ocupados
Caso raríssimo, a imprensa marroquina, no seguimento da visita do ministro do Interior ao território, dá conta do «clima caracterizado, por um lado, pela  expectativa e, por outro, por um tensão que pode vir a agravar-se no futuro» no Sahara Ocidental. Segundo o jornal Al Ayam, a semana da comemoração dos incidentes de há dois anos, o prazo da ONU até final de Novembro e a proposta marroquina de acordo-quadro estão no centro das discussões e das controvérsias no seio da classe política local. A análise de Khalli Hanna Ould Rachid, que privilegia a resolução urgente dos problemas sociais e políticos, confrontar-se-ia a uma tendência regionalista nem unitária nem separatista, defendida por jovens quadros representando todas as forças políticas. Por outro lado, face à tendência «separatista» (pro-Polisario), que a publicação não escamoteia, o jornal dá conta de uma tendência unitária (que se opõe ao plano de autonomia). O artigo refere igualmente o «embaraço» dos notáveis com o facto de não terem sido consultados sobre o projecto de acordo-quadro. Segundo o Al Ayam, os dispositivos de segurança colocados no terreno durante estes dias testemunham o receio de ver ressurgir manifestações «utilizadas para criar a desordem a difundir as teses dos separatistas.» O mesmo quotidiano refere também a constituição e as actividades desenvolvidas do comité pela libertação de Sidi Mohammed Dedach e de todos os outros presos políticos saharauis.(Al Ayam, 09.10, citado pela revista de imprensa da embaixada de França em Rabat.)

10.10.01
Austrália
A responsável da Western Sahara Alliance (Austrália) protestou junto do presidente do Conselho de Administração da empresa Kerr-McGee em relação ao contrato firmado entre esta sociedade e Marrocos, em relação à exploração de recursos petrolíferos do território do Sahara Ocidental, e que atenta contra os direitos da população autóctone. (ver
semana 40 ). Uma carta no mesmo sentido foi dirigida ao secretário-geral da ONU, fazendo-lhe notar de que se trata de uma grave provocação, que põe em perigo a paz e a estabilidade na região, não tendo Marrocos qualquer tipo de legitimidade para negociar, vender ou aproveitar dos recursos naturais do Sahara Ocidental.

Campanha internacional pela libertação de Mohamed Daddach e de todos os presos políticos condenados por Marrocos

Segundo Amnesty International , Sidi Mohamed Daddach, o mais antigo preso político saharaui em Marrocos, anunciou da sua cela da penitenciária de Kénitra, que irá prolongar a sua greve da fome de 24 para 48 horas, todas as semanas, entre segunda e terça-feira. No dia 9 de Outubro, Sidi Mohamed Daddach recebeu El Habib Taleb, membro do Conselho Consultivo dos Direitos do Homem, CCDH, com vista a um pedido de libertação pelo rei.

Após um mês do arranque da campanha, vários milhares de assinaturas foram já recolhidas. Entre as signatários figuram muitos deputados nacionais, regionais e autarcas, responsáveis de ONG, cidadãos saharauis das zonas ocupadas, etc...

A Conferência europeia das cidades geminadas com o Sahara Ocidental realizada em Pisa (Itália) entre 28 e 30 de Setembro adoptou uma resolução de apoio à campanha.

A 8 de Outubro, o preso político saharaui El Bachir Tounsi, encarcerado na prisão civil de El Ayoun, foi vítima de intimidação por parte do director deste estabelecimento prisional. Foi-lhe confiscado o transistor, viu-se insultado e o director da prisão ameaçou-o mesmo de esconder cannabis entre os seus pertences para depois o apresentar à justiça pelo delito de tráfico de droga. Estas ameaças estão relacionadas com a participação de Tounsi no movimento de greve da fome desencadeado pelos presos políticos saharauis. (Info campagne N°4 e Info campagne N°5, BERDHSO).

A recolha de assinaturas pela libertação dos presos políticos saharuis prossegue.

É possível firmar o APELO on-line (em francês, italiano, espanhol e inglês) ou imprimir formulários para a recolha de assinaturas ( em francês, italiano, espanhol  e inglês

08.10.01
56.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas: Comissão das questões políticas especiais e de descolonização da ONU (quarta comissão), Questão do Sahara Ocidental
A questão do Sahara Ocidental deu origem a numerosas intervenções durante o debate geral sobre o processo de descolonização dos 17 territórios não autónomos.
Burkina-Faso e o Senegal tomaram posição a favor da proposta marroquina do acordo-quadro. O Egipto defendeu «que os esforços sejam desenvolvidos com vista a uma resolução justa e duradoura da questão» do Sahara Ocidental.
A grande maioria dos intervenientes pronunciou-se a favor de uma rápida aplicação do plano de paz das Nações Unidas e do direito do povo saharaui à autodeterminação. Muitos atacaram com vigor o volte-face de que deu prova o secretário-geral.
ete peticionários (Antonio Lopez, FEDISSAH, Felipe Briones, Associação Internacional dos juristas pelo Sahara Ocidental, Ana-Maria Badia, professor de direito internacional, Francisco José Alonso, presidente da Liga espanhola Pro Derechos, Miguel Mayol, MEP, Intergrupo Paz para o Povo Saharaui, José Miguel Barragan, deputado do parlamento das Canárias) foram ouvidos pela comissão, assim como Ahmed Boukhari em nome da Frente Polisario.(
Intervenções, comunicados de imprensa da ONU, e SPS)

11.10.01
Aniversário: 12 de Outubro de 1975 - 12 de Outubro de 2001
As cerimónias comemorativas do 26.º aniversário da unidade nacional tiveram lugar na wilaya de Smara (acampamentos de refugiados) em paralelo com a realização do 7.º Festival anual da Cultura. Tema escolhido: «Para nunca mais esquecer e manter a memória viva» evoca o slogan utilizado pelos cidadãos saharauis dos territórios ocupados por ocasião da comemoração do segundo aniversário dos tumultos de El Ayoun.
A 12 de Outubro de 1975, a maioria dos membros da antiga djemaa (assembleia geral saharaui de notáveis, criada pela Espanha) reuniram-se perto de Aïn Ben Tili com os dirigentes da Frente Polisario para selar a unidade face à ameaça de invasão marroquina e à traição de Espanha.(SPS)

EM BREVE

Marcia per la pace Perugia-Assisi, domenica 14 ottobre. Una delegazione sahrawi, condotta da Abdelkhader Taleb Omar (wali di Smara), sarà presente alla IV Assemblea dell'Onu dei popoli (Perugia, 11-13 ottobre, Palazzo Notari)

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