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13.07.00
Repressão quotidiana
Em El Ayoun, uma patrulha militar marroquina abriu fogo contra um
grupo de jovens saharauis, ferindo dois deles com gravidade
(Representação da FP em Madrid). Cena idêntica em
Smara, onde um soldado marroquino disparou do seu veículo
contra um grupo de saharauis. Unidades do exército marroquino
destruíram poços em Guelta Zemmour e em Bojador,
utilizados para o fornecimento de água aos rebanhos
(rádio nacional
saharaui, 16.07.00).
Relatório do secretário-geral da ONU S/2000/683, 12.07.00 - Reacções
Frente Polisario
Em carta dirigida ao Conselho de Segurança, Ahmed Boukhari,
representante da FP em Nova Iorque, rejeita qualquer outra
solução que não seja o referendo.
«Qualquer outra tentativa de solução, que
consistisse em decidir substituindo-se ao povo saharaui (...),
colocaria em questão o seu inalienável direito a
autodeterminação». (SPS, 14.07.00)
Em entrevista ao diário londrino em língua árabe
"Al Hayat", o presidente saharaui critica com
veemência o ultimo relatório de Kofi Annan, que
apresenta o plano de resolução como impossível e
sugere as partes a procura de uma solução
política. Este relatório, acrescenta Mohamed Abdelaziz,
«não reflecte de forma nenhuma a posição
da FP» e confunde a responsabilidade das duas partes Por outro
lado, acrescenta Mohamed Abdelaziz, a FP «rejeita de forma
categórica qualquer outro tipo de terceira via». «Em
caso de fracasso do plano de resolução da ONU (...),
procuraremos por todos os meios possíveis atingir o objectivo
a que nos propomos, a liberdade e a total independência».
No que se refere as reuniões de peritos previstas para
Genebra, o presidente saharaui interroga-se se a ONU não
pretende ganhar tempo favorecendo Marrocos, em desfavor do povo
saharaui.(SPS,
17.07.00)
«Ninguém mandatou Kofi Annan para procurar uma qualquer
outra solução para o conflito que opõe o povo
saharaui ao regime marroquino», declarou o ministro de
Negócios Estrangeiros da RASD em conferência de imprensa
dada em Argel. Para Mohamed Ould Salek, Kofi Annan deve velar sim
pela aplicação do plano de paz. Ould Salek é de
opinião que a chamada «terceira via» não
é mais do que uma «conspiração para
confiscar ao povo saharaui o seu legitimo direito a
autodeterminação. Esta conspiração visa
confinar o plano de paz a um impasse mortal por forma a substitui-lo
por uma solução fabricada com todo o tipo de
peças e que dá pelo nome de "terceira via"».
Aqueles que defendem essas pseudo soluções, advertiu o
MNE da RASD, «cabe-lhes a total responsabilidade pelo retomar
das hostilidades e pela instabilidade na região ».
(ministério da
Informação saharaui, 18.07.00)
Marrocos
Para Marrocos, existe apenas uma via: a que assegura que o Sahara
é marroquino e assim continuará (L'Opinion, 16.07.00). O diário Al Bayane qualifica de
«derrotista» a vontade de James Baker ao propor uma
solução alternativa ao referendo. Não se
entende, prossegue o diário, como poderia Marrocos negociar a
sua soberania.
Em carta enviada ao secretário-geral das Nações
Unidas, o representante permanente de Marrocos junto da ONU faz
saber que o ultimo relatório não reflecte a
posição de Marrocos relativamente a
identificação. Marrocos exige que as 7'000
inscrições, rejeitadas pela comissão no momento
da revisão, sejam consideradas como válidas.
(imprensa marroquina,
18.07.00)
Argélia
O processo de paz levado a cabo no Médio Oriente e no Sahara
Ocidental «deve ser franco, leal e honestamente conduzido ao seu
termo, conforme os acordos firmados e as resoluções da
ONU», declarou o presidente argelino durante um jantar
oferecido ao presidente do governo espanhol, de visita oficial a
Argélia. «A construção do edifício
euro-mediterrânico em bases sólidas e duradouras
ficará incompleto, e incerto, sem a organização
de um referendo livre e transparente no Sahara Ocidental»,
acrescentou Abdelaziz Bouteflika. (aps,17.07.00)
17.07.00Direitos do Homem
A Federação Internacional das ligas de Direitos do
Homem (FIDH), após uma missão realizada em Marrocos no
final do mês de Junho, constata que o numero de desaparecidos
relacionados com o conflito do Sahara Ocidental se eleva a cerca de
1500 pessoas. «Os testemunhos recolhidos em Laayoun (...)
colocam em evidência o importante fenómeno dos
desaparecimentos forçados e da violação dos
direitos do homem e das liberdades fundamentais (...) que atingiram
a população civil». A FIDH constata a
persistência de um processo repressivo no Sahara Ocidental.
Por outro lado, lamenta «vivamente» o silêncio das
autoridades saharauis ao seu pedido de fazer deslocar uma
missão a Tindouf. (Comunicado FIDH )
19.07.00
Diplomacia
O rei de Marrocos enviou emissários a diversos países
que integram actualmente o Conselho de Segurança da ONU. O
primeiro-ministro britânico, Tony Blair, recebeu o
secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros
marroquino, que se deslocou igualmente a Paris. Por sua vez, o
ministro dos Negócios Estrangeiros Benaïssa, deslocou-se
a Washington, El Yazghi, ministro do Ordenamento do
Território visitou Pequim, enquanto Loulichki, coordenador
junto da MINURSO, viajava a Moscovo (imprensa marroquina).
20-21.07.00
Reunião de técnicos em Genebra
Tiveram lugar em Genebra e decorreram durante dois dias as
conversações indirectas presididas por William
Eagleton, representante especial para o Sahara, o qual era
acompanhado por John Bolton, adjunto de James Baker, e por E.
Vetere, presidente da comissão de
identificação. As delegações saharaui e
marroquina eram conduzidas pelas respectivos coordenadores junto da
MINURSO, Mhamed Khaddad e Mohamed Loulichki.
As questões do repatriamento dos refugiados, da
promoção de medidas de confiança, dos
prisioneiros de guerra e dos presos políticos foram
analisadas na presença de representantes do Alto
Comissário para os Refugiados (ACNUR) e do Comité
Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A organização de
uma experiência piloto de visitas entre os acampamentos de
refugiados e os territórios ocupados durante o mês de
Agosto foi aceite pela FP, enquanto a delegação
marroquina afirmava aguardar instruções de Rabat para
poder responder. Marrocos deve tomar uma posição a
este respeito até ao dia 28 de Julho.
A segunda jornada deveria ser consagrada a análise da
questão dos apelos e recursos. A delegação
marroquina, porém, recusou-se a entrar na sala declarando
não estar habilitada a tratar o assunto, muito embora a ordem
do dia tenha sido comunicada com muito tempo de antecedência
as partes. A reunião, segundo Mhamed Khaddad, demonstrou
«a falta de cooperação e de seriedade de Marrocos,
(..) que reata a política da cadeira vazia.»
(agências)
20.07.00
Reunião americano-saharaui
O secretário de Estado adjunto Ronald Neumann, encarregado da
secção Norte de África e Médio Oriente no
Departamento de Estado, avistou-se durante quase duas horas, em
Argel, com o ministro dos Negócios Estrangeiros e o
embaixador da RASD na Argélia. Em entrevista ao diário
argelino Le
Matin, o embaixador
saharaui afirmou: « Demos-lhe conta do nosso descontentamento
em relação as tentativas de desvirtuamento do plano de
paz, e sobre todas as especulações em curso sobre uma
hipotética alteração da posição
norte-americana. Segundo ele [Neumann], os Estados Unidos continuam a
defender o plano de paz da ONU-OUA e a organização de
um referendo. Disse ainda que ninguém pode impor a Frente
Polisario aquilo que ela recusa.»
21.07.00
Diplomacia
A Nicarágua decidiu suspender o seu reconhecimento da RASD
«enquanto não dispuser de resultados definitivos do
referendo no Sahara», anunciou em Rabat o vice-presidente
nicaraguense, Enrique Bolanos Geyer, chegado na véspera a
Marrocos para uma visita oficial (imprensa marroquina).
21.07.00
Diplomacia
Uma delegação da FP, conduzida por M. Ould Salek,
ministro dos Negócios Estrangeiros da RASD, tomou parte nos
trabalhos do 35. Congresso do Partido Socialista Operário
Espanhol (PSOE) em Madrid. A delegação foi recebida
com um acolhimento caloroso por parte dos participantes no momento
em fez a sua entrada na sala onde decorria o Congresso
(SPS).
25.07.00
Resolução do Conselho de Segurança S/RES/1309
(2000)
Em resolução adoptada por unanimidade, o Conselho de
Segurança decide prolongar o mandato da MINURSO até 31
de Outubro. Reafirmando o seu pleno apoio aos esforços
empreendidos pela MINURSO "a fim de fazer aplicar o Plano de
resolução", o Conselho "conta que as partes se voltem
a encontrar para conversações directas para tentar
resolver os múltiplos problemas com que se confronta a
aplicação do Plano de resolução e para
tentarem pôr-se de acordo sobre uma resolução
política mutuamente aceitável sobre o seu diferendo em
relação ao Sahara Ocidental".
25.07.00
Diplomacia
O Paraguai confirmou a sua decisão de suspender
relações com a RASD, que o governo de Asunción
havia reconhecido no passado dia 9 de Fevereiro, declarou o ministro
paraguaio dos Negócios Estrangeiros, Juan Esteban Aguirre,
durante uma visita oficial que efectuava a Marrocos (imprensa marroquina).
NOVO NA INTERNET
Söhne
und Töchter der Wolken - Hijos e Hijas de las Nubes - Sons and
daughters of the clouds
Site consagrado as crianças saharauis de férias na
Europa, o qual dispõe de um fórum de discussão
para troca de mensagens entre pessoas e organizações
nos diferentes países de acolhimento (Alemanha, Inglaterra,
Franca, Itália e Espanha).
NOVAS PUBLICAÇÕES
[É possível que
existam links com diversos jornais que deixem de estar em
funcionamento ao fim de alguns dias]
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