SAHARA OCIDENTAL

ACTUALIDADES SEMANAIS

SEMANA 05

30.01.-05.02. 2000

 

25.01.00
Referendo
Perspectivando os debates sobre o Sahara Ocidental que terão lugar na ONU, durante o mês de Fevereiro, o presidente saharaui enviou uma carta a todos os chefes de Estado africanos na qual pede que ««utilizem toda a sua influência para salvar a paz no Sahara Ocidental e poupar assim a região às consequências destrutivas e desestabilizadoras do regresso à guerra». Mohamed Abdelaziz lembra que «não obstante o termo do processo de identificação, Marrocos tenta de novo impor dezenas de milhares de recursos (..). Trata-se, escreve o presidente saharaui, de uma nova manobra inaceitvel, cuja finalidade é adiar indefinidamente a consulta». A questão dos votantes est decidida, «nada justifica o adiamento do referendo, e muito menos a tentativa de lhe encontrar alternativas». (
ministério saharaui da Informação)

29.01.00
Mauritânia
O presidente mauritano Maaouya Ould Sid'Ahmed Taya recebeu Omar Mansour, ministro da Saúde saharaui, enviado especial do presidente da RASD. Omar Mansour, que era portador de uma mensagem sobre os últimos desenvolvimentos do processo de paz no Sahara Ocidental, iniciou na capital mauritana, Nouakchott, um périplo que o conduzir a vrias capitais do continente. (
SPS)

29.01.00
Manifestações
26 presos saharauis e cerca de três dezenas de familiares seus iniciaram uma greve de fome de 48 horas diante do edifício do governador de El Ayoun reclamando a sua libertação dos presídios. Os 26 detidos foram condenados a penas que vão de 10 a 15 anos de prisão por terem participado nas manifestações de Setembro passado na capital do Sahara Ocidental ocupada, El Ayoun.(
SPS)

31.01.00
Marrocos
O líder islamista marroquino Abd Assalam Yassine, detido em residência fixa h muitos anos, enviou um longo memorandum crítico ao rei. Em relação ao Sahara Ocidental pode ler-se: «A hipoteca do Sahara é uma herança envenenada de um reinado acabado e de uma política de prestígio humilhante dos homens. Os nossos irmãos Saharauis estão divididos entre duas escolhas (...). Vão eles votar num dia próximo por um Marrocos unido e verdadeiramente muçulmano, um Marrocos a repensar e a reconstruir ou vão tirar conclusões da humilhação que sofreram e da repressão selvagem de que foram vítimas recentemente e escolher a dignidade e a liberdade sob uma outra bandeira?
Os milhões que foram gastos na construção de imponentes cidades modernas sobre as areias do deserto apenas serviram para empobrecer Marrocos e agravar o seu endividamento. A política de prestígio vitorioso serviu para consagrar a ruptura entre duas fracções de um mesmo povo».

29.01.00
América Central
O PARLACEN, Parlamento da América Central, d o seu apoio à realização de um referendo democrtico, justo e transparente para a autodeterminação do povo saharaui. Pede a Kofi Annan que aplique de forma rigorosa as resoluções da ONU e os acordos de Houston e que respeite o prazo fixado de Julho próximo. Todos os países membros do PARLACEN (Costa Rica, Salvador, Guatemala, Honduras, Nicargua, Panam e República Dominicana, na qualidade de observador) reconhecem a RASD (
EFE).

01.02.00
RASD
O Conselho Consultivo saharaui, criado por decreto presidencial, teve a sua reunião constitutiva na wilaya de Smara. O Conselho, que é integrado pelo chioukhs (anciãos) que participaram como peritos no processo de identificação, reunir uma vez por ano. Tem por missão reforçar a unidade nacional e aconselhar o presidente em questões de interesse nacional. Em declaração tornada pública no final da reunião, os chioukhs foram unânimes em rejeitar outra solução que não passe pelo referendo, acrescentando que «a espera j durou tempo demais» e que é preciso agora «organizar o referendo nos prazos fixados».
Falando perante os membros do CCS, M'hamed Ould Khaddad, coordenador saharaui junto da ONU, rejeitou «qualquer solução que não passe pelo respeito do direito do povo saharaui à autodeterminação e à independência». Exigiu o respeito pelos prazos fixados para a organização do referendo, afirmando que «uma outra espera não pode ser aceite».
No decurso da sessão constitutiva o primeiro-ministro Bouchraya Beyoun, expôs as grandes linhas do programa de governo para o ano 2000. A prioridade ser concedida ao reforço das forças armadas, a fim de preparar «a nova perspectiva de guerra», declarou. (
SPS)

03.02.00
Inauguração
Foi inaugurada a primeira escola nacional de administração. Construída junto da escola 12 de Outubro, a 17 km ao sul da wilaya de Smara, o novo estabelecimento de ensino dar formação profissional a uma centena de estagirios oriundos das wilayas e das diferentes instituições nacionais saharauis. (
SPS).

03.02.00
Manifestações
Desde o dia 20 de Janeiro que têm tido lugar manifestações em Smara, (ver semana 04), onde dezenas de pessoas se concentram todos os dias diante dos edifícios administrativos da província reclamando a libertação dos presos políticos.

03.02.00
Processo
Após três meses de detenção, foram apresentados ao juiz de instrução da Agadir (sul de Marrocos) três militantes da defesa dos direitos do povo saharaui. O interrogatório durou cinco horas, e decorreu na presença de alguns advogados e de representantes da Associação Marroquina de Defesa dos Direitos Humanos (AMDH). Os três saharauis, Cheikh ould Abdelaziz ould Abdellah (Cheikh Khaya), Brahim ould Najem (Brahim Leghzal) e Laârbi ould Said ould Boujemaâ ( Laârbi Massoudi), estão presos desde o dia 6 de Dezembro último. (
AFAPREDESA)

05.02.00
Referendo
A Associação dos instrutores públicos de Marrocos denunciou em comunicado os resultados da identificação doa agrupamentos tribais saharauis H41, H61 e J51/52. A organização anuncia a disposição do conjunto dos advogados marroquinos em prestar todo o apoio jurídico necessrio aos procedimentos de recurso. (
Le Matin du Sahara, Marrocos)

SOLIDARIEDADE

29.01.00, Bolonha, Itlia: A Organização da Juventude dos Democratas de esquerda, os Verdes da região de Emilia Romana, a Coordenação regional da associação italiana de apoio ao povo saharaui, a ARCI e muitas outras associações locais de amigos do povo saharaui realizaram uma manifestação diante do consulado de Marrocos, seguida de manifestação até à praça central da cidade para pedir à ONU o respeito pelos direitos do homem no território ocupado do Sahara Ocidental e condenar as manobras marroquinas que visam retardar o processo referendrio.

NOVAS PUBLICAÇÕES
[É possível que existam links com diversos jornais que deixem de estar em funcionamento ao fim de alguns dias]


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